sexta-feira, 22 de novembro de 2024

 Tipos de Creme Dental e Suas Indicações: Uma Revisão Baseada em Evidências Científicas


Os cremes dentais são produtos essenciais na higiene bucal, desempenhando um papel fundamental na prevenção de cáries, doenças periodontais, erosão dentária e sensibilidade dentinária. Cada tipo de creme dental é formulado com ingredientes específicos para atender diferentes necessidades. Este artigo revisa os principais tipos de cremes dentais e suas indicações, com base em estudos científicos.


1. Creme Dental Fluoretado


Composição e Ação:


O flúor é o principal ativo em cremes dentais convencionais, presente na forma de fluoreto de sódio (NaF), fluoreto de estanho (SnF₂) ou monofluorfosfato de sódio (MFP). Ele atua fortalecendo o esmalte dentário por meio da remineralização e inibindo a desmineralização causada por ácidos bacterianos.


Indicações:


Prevenção de cáries em crianças e adultos.

Pacientes com alto risco de cáries, como aqueles com xerostomia ou em tratamento ortodôntico.


Evidências Científicas:


De acordo com estudos, o uso diário de creme dental fluoretado reduz a incidência de cáries em até 25%. A concentração ideal para adultos é de 1.000 a 1.500 ppm de flúor, enquanto em crianças deve ser ajustada para evitar fluorose.


2. Creme Dental Antitártaro


Composição e Ação:


Esses cremes contêm pirofosfatos ou hexametafosfatos, que inibem a cristalização da placa em tártaro. Alguns produtos também incluem fluoreto de estanho, que combina ação antitártaro e propriedades antimicrobianas.


Indicações:


Pacientes com acúmulo frequente de cálculo dentário.

Prevenção de manchas superficiais nos dentes.


Evidências Científicas:


Segundo um estudo publicado no Journal of Clinical Periodontology, os cremes dentais com pirofosfatos reduzem em até 36% a formação de tártaro quando usados regularmente.


3. Creme Dental para Sensibilidade


Composição e Ação:


Cremes dentais dessensibilizantes contêm ativos como:

Nitrato de potássio: Reduz a excitabilidade das fibras nervosas dentinárias.

Fluoreto de estanho: Forma uma camada protetora sobre os túbulos dentinários.

Arginina: Auxilia no fechamento dos túbulos dentinários expostos.


Indicações:


Pacientes com sensibilidade dentinária devido à retração gengival, desgaste do esmalte ou erosão.

Uso pré e pós-tratamentos clareadores dentais.


Evidências Científicas:


Um estudo realizado por Markowitz (2020) mostrou que cremes com nitrato de potássio proporcionam alívio em até duas semanas de uso diário.


4. Creme Dental Antibacteriano


Composição e Ação:


Contém agentes antimicrobianos como triclosan, clorexidina ou fluoreto de estanho, que reduzem a quantidade de biofilme oral e combatem as bactérias causadoras de doenças periodontais.


Indicações:


Pacientes com gengivite ou periodontite.

Manutenção da saúde periodontal após raspagem e alisamento radicular.


Evidências Científicas:


De acordo com a American Dental Association (ADA), cremes com triclosan reduzem em até 22% os níveis de inflamação gengival após seis meses de uso.


5. Creme Dental Clareador


Composição e Ação:


Contêm abrasivos suaves (como sílica hidratada) ou peróxido de hidrogênio em baixas concentrações. Eles ajudam a remover manchas superficiais causadas por alimentos, bebidas e tabaco.


Indicações:


Pacientes com manchas extrínsecas leves nos dentes.

Manutenção dos resultados de clareamento profissional.


Evidências Científicas:


Estudos indicam que cremes clareadores não substituem tratamentos clínicos, mas são eficazes na manutenção, reduzindo manchas em até 20%.


6. Creme Dental Natural ou Sem Flúor


Composição e Ação:


Formulados com ingredientes naturais, como óleos essenciais (melaleuca, neem), carvão ativado e extratos vegetais. Alguns são livres de flúor, triclosan e parabenos, sendo indicados para quem prefere alternativas menos químicas.


Indicações:


Pacientes com preferências por produtos naturais.

Uso complementar para quem não tem risco significativo de cáries.


Evidências Científicas:


Embora esses cremes sejam eficazes na remoção de biofilme, a ausência de flúor pode limitar a proteção contra cáries, conforme estudos da European Academy of Pediatric Dentistry.


Considerações Finais


A escolha do creme dental deve ser baseada nas necessidades individuais de cada paciente. O dentista desempenha um papel crucial na orientação do produto mais adequado, considerando fatores como idade, risco de cáries, presença de sensibilidade ou condições periodontais.


Estudos científicos comprovam que o uso correto e regular de cremes dentais, associado a uma técnica de escovação eficaz, é essencial para a saúde bucal. Com a diversidade de opções disponíveis no mercado, é possível atender às demandas específicas de cada paciente, promovendo uma abordagem personalizada e baseada em evidências.


Referências


1. Markowitz, K. “Efficacy of Potassium Nitrate Toothpaste for Dentin Hypersensitivity: A Review.” Journal of Dental Research, 2020.

2. American Dental Association (ADA). “Clinical Guidelines for Toothpaste Selection.”

3. European Academy of Pediatric Dentistry. “Recommendations on Fluoridated Toothpaste Use.”

4. Journal of Clinical Periodontology. “The Role of Antitartar Toothpaste in Oral Hygiene.”


Protocolo de Aplicação do Laser de Diodo para Diminuição de Sensibilidade Dentinária


A sensibilidade dentinária é um problema comum que afeta muitos pacientes, sendo frequentemente causada por fatores como exposição da dentina, retração gengival ou desgaste dental. O uso de laser de diodo tem se mostrado eficaz no tratamento da hipersensibilidade dentinária, promovendo a analgesia e a desensibilização da dentina exposta. A seguir, apresentamos um protocolo de aplicação do laser de diodo (nas versões vermelho e infravermelho) para o tratamento da sensibilidade dentinária, baseado em evidências científicas.


Objetivo


Utilizar o laser de diodo para reduzir ou eliminar a sensibilidade dentinária, proporcionando alívio imediato ao paciente e promovendo a recuperação do tecido dentário.


Material Necessário


1. Laser de diodo (modelo DMC EC com função vermelha e infravermelha)

2. Óculos de proteção adequados para o operador e paciente

3. Gel de contato (se necessário, dependendo do tipo de laser)

4. Equipamento de proteção do paciente (toalha, protetor labial, etc.)


Passo a Passo do Protocolo


1. Avaliação Inicial do Paciente


Realizar uma anamnese detalhada e uma avaliação clínica da sensibilidade dentinária. Identificar os dentes afetados e avaliar o grau de intensidade da sensibilidade.

Verificar a presença de fatores predisponentes, como retração gengival, uso excessivo de escova dura, ou bruxismo.


2. Preparação do Paciente


Colocar óculos de proteção nos olhos do paciente e do operador.

Posicionar o paciente confortavelmente, garantindo a visibilidade da área afetada e o fácil acesso à cavidade bucal.

Se necessário, aplicar um gel condutor para aumentar a eficiência da irradiação, dependendo do tipo de laser utilizado.


3. Seleção do Comprimento de Onda


Laser Vermelho (660 nm): Utilize para tratar dentes com hipersensibilidade moderada. Ele é mais eficaz para atingir as camadas superficiais da dentina.

Laser Infravermelho (808-940 nm): Utilize em casos de sensibilidade mais intensa, onde se deseja uma penetração maior para atuar nas camadas mais profundas da dentina.


4. Aplicação do Laser


Laser Vermelho (660 nm):

Aplique o laser sobre a área afetada, mantendo a ponteira do laser a cerca de 1-2 mm da superfície do dente, com movimento circular.

Dose recomendada: 4 a 6 J/cm² por ponto de aplicação.

Tempo de irradiação: 30 segundos por dente afetado.

Nº de pontos de aplicação: 2 a 3 pontos na região dentária afetada (incisivos, caninos ou molares, conforme o caso).

Laser Infravermelho (808-940 nm):

Aplique o laser de diodo infravermelho nas áreas mais profundas da dentina exposta, para promover a regeneração e a analgesia profunda.

Dose recomendada: 6 a 8 J/cm² por ponto de aplicação.

Tempo de irradiação: 40 a 60 segundos por ponto.

Nº de pontos de aplicação: 1 a 2 pontos adicionais no local de maior sensibilidade, dependendo da área afetada.


5. Pós-aplicação e Cuidados


Após a aplicação do laser, o paciente pode sentir alívio imediato ou gradual, com uma diminuição significativa da sensibilidade.

Recomendação: Aplicar o laser 1 a 2 vezes por semana, com intervalos de 7 a 10 dias, até obter o alívio completo da sensibilidade.

Encaminhar o paciente com orientações sobre cuidados com a higiene bucal, evitando o uso de escovas duras ou produtos abrasivos.


Mecanismo de Ação


A fotobiomodulação induzida pelo laser de diodo atua através da interação da luz com os cromóforos nas células dentárias e na polpa. Esse processo estimula a produção de ATP (energia celular), promove a vasodilatação e acelera os processos de cicatrização, o que resulta na diminuição da hiperatividade dos nervos na dentina exposta, reduzindo a sensação de dor e desconforto.


O laser vermelho (660 nm) age superficialmente, aliviando a dor de forma rápida, enquanto o infravermelho (808-940 nm) penetra mais profundamente, podendo promover a regeneração da dentina e a restauração das fibras nervosas sensoriais, proporcionando um efeito duradouro na redução da sensibilidade.


Evidências Científicas


Estudos demonstram que a fotobiomodulação com laser de diodo é eficaz no tratamento da sensibilidade dentinária, especialmente nas versões vermelho e infravermelho. A pesquisa publicada em periódicos como o Journal of Laser Dentistry mostra que o laser de diodo melhora a microcirculação local, acelera o processo de cicatrização das células dentárias e reduz significativamente a dor associada à hipersensibilidade dentinária.


Além disso, Shah et al. (2021) em seu estudo sobre o uso de laser de diodo em tratamentos dentários, concluíram que o laser vermelho (660 nm) é altamente eficaz na modulação da dor e no alívio de condições temporárias de sensibilidade.


Conclusão


O uso de laser de diodo, tanto nas versões vermelha quanto infravermelha, é altamente eficaz na diminuição da sensibilidade dentinária. Esse protocolo proporciona alívio rápido e pode ser uma opção terapêutica complementar em conjunto com tratamentos convencionais, como o uso de pastas dessensibilizantes ou técnicas de selamento de canais dentinários.


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