Lipídeos - São biomoléculas
insolúveis em água, e solúveis em solventes orgânicos, como o álcool, benzina,
éter e clorofórmio.
Natureza dos lipídeos à Cabeça polar e corpo apolar = afipáticos
É um termo geral que inclui óleos, gorduras, ceras (substância orgânicas gordurosas ou oleosas)
São formados pelos mesmos elementos estruturais que os carboidratos: C; H; O (possuem um maior número de átomos de hidrogênio = mais energéticos)
Os lipídeos mais abundantes são os triacilgliceróis (que armazenamos em células do tecido conjuntivo: os adipócitos) que são os principais combustíveis da maioria dos organismos.
- Os lipídeos polares são os principais componentes das membranas celulares, “os recipientes” onde ocorrem as reações metabólicas (compartimentalização interna; Possuem enzimas; Sistemas de transporte importantes; Muitos sítios receptores ou de reconhecimento).
- Muitas das propriedades das membranas celulares são reflexos do seu conteúdo de lipídeos polar. Aproximadamente 98% da gordura dietética é na forma de triacilglicerois e 90% da gordura do corpo é armazenada nos adipócitos.
Ácidos Graxos à São ácidos orgânicos de cadeia longa, possuindo de 4 a 36 átomos de carbono; Possuem um grupo carboxila único em uma cadeia hidrocarbonada não polar, que confere a maioria dos lipídeos a sua natureza.
Não ocorrem nas células ou tecidos, numa forma não combinada (livre).
Estão covalentemente ligadas a diferentes classes de lipídeos.
Diferem entre si pela extensão da cadeia; presença, número e posição de duplas ligações. Alguns ácidos graxos possuem também grupos metil ramificados.
Principais Lipídeos são
1) Triacilglicerois – antigo triacilglicerol
2) Ceras – também chamada de graxa
3) Fosfolipídeos – também chamados Fosfoacilglicerois
4) Glicolipídeos
5) Esteróis
1) Triacilglicerol à São ésteres do álcool glicerol com 3 moléculas de ácidos graxos; Armazenam gorduras nas células das plantas; São moléculas hidrofóbicas não-polares.
- Simples = Contém um único tipo de ácido graxo
- Mistos = Contém dois ou mais tipos diferentes de ácidos graxos.
Toda vez que os ácidos graxos são utilizados por um organismo, as ligações ésteres dos triacilgliceróis são hidrolisados por enzimas chamadas lípase. A mesma reação de hidrólise pode ocorrer fora de organismos vivos com ácidos ou bases servindo de catalisadores.
Lipase – Enzima que quebra a ligação éster que une os lipídeos. Essa enzima é inibia pelo medicamento xenical (não déia quebrar a gordura, que é absorvida). Acontece que as células do trato intestinal não conseguem quebrar a ligação éster e as gorduras são excretadas: fezes oleosas.
A lípase é encontrada no intestino, e em lipoproteínas do plasma sanguíneo.
Dicas:
Os triacilgliceróis sofrem hidrólise quando aquecidos com ácidos graxos ou bases; Ou ainda, quando atacados enzimáticamente pela enzima lípase que é secretada no intestino delgado pelo pâncreas, liberando ácidos graxos livres e glicerol.
Os óleos e vegetais são convertidos em manteiga sólida por hidrogenação.
Os triacilgliceróis são muito melhor adaptados do que o glicogênio para servir como forma de armazenamento de energia. Eles podem ser melhor armazenado em grandes quantidades numa forma desidratada quase pura, como também produzem por grama mais do dobro de energia que os carboidratos produzem.
Dupla Função à Armazenamento de depósitos energéticos e Isolamento contra temperaturas muito baixas.
2) Ceras à São ésteres de ácidos graxos de cadeia longa saturados (14 a 36 ou mais átomos de carbono) e insaturados, com alcoóis de cadeia longa (16 a 30 átomos de carbono).
Nos vertebrados as ceras são secretadas pelas glândulas da pele, como capa protetora para manter a pele flexível, lubrificada e “a prova de água”. O cabelo, a lã e o pelo dos animais são também cobertos com secreções serosas; Os pássaros secretam ceras nas suas glândulas uropigianas (próximas da cauda) para tornar as penas impermeáveis.
As folhas e suas aparências brilhosas são devido à presença de ceras que as protege contra os parasitas e a evaporação excessiva de água.
As ceras são as principais reservas alimentares, na cadeia alimentar oceânica para o plâncton marinho.
3) Fosfolipídios à Cabeça alcoólica e rica em ácido fosfórico
São os lipídios de membrana mais abundantes, e que possuem um ou mais grupos altamente polares “cabeça” e uma cauda hidrocarbonada. Contém fósforo na forma de grupos do ácido fosfórico; São 3 tipos:
- Glicerofosfolipídios à Dois ácidos graxos unidos ao glicerol. Contém duas moléculas de ácido graxo esterificado ao glicerol, ou um ácido graxo à esfingosina. O terceiro grupo, hidroxila, forma uma ligação éster com ácido fosfórico (cabeça polar) e possui um grupamento alcoólico ligado ao grupo fosfato. Os mais abundantes: fosfatidiletanolamina (cefalina) e fosfatidilcolina (lecitina)
- Esfingolipídios à Ácido graxo unido a amina. Possuem uma cabeça polar e duas caudas não polares, mas não contém glicerol. São compostos de uma molécula de ácido graxo de cadeia longa, uma molécula do aminoálcool de cadeia longa, a esfingosina, ou um de seus derivados, e uma cabeça polar alcoólica.
- Esfingomielinas: Estão presentes na maioria das membranas das células animais (grupo cabeça polar – fosfocolina ou fosfoctanolamina). A bainha de mielina, envoltório de certas células nervosas, é muito rica em esfingomielinas.
- Cerebrosídios: Possuem como grupo cabeça, uma ou mais unidades de açúcar. São glicolipídios.
- Gangliosídios: Contém cabeças polares muito grandes, feitas de várias unidades de açúcar (uma das unidades é o ácido siálico N- acetilneuramúnico). Os gangliosídios perfazem cerca de 6% dos lipídios de membrana na matéria cinzenta do cérebro, e são componentes importantes de sítios receptores específicos na superfície de membranas celulares (neurotransmissores).
4) Glicolipídios São esfingolipídios compostos por uma ceramida (esfingosina + ácido graxo) e um glicídeo de cadeia curta; carecem de grupo fosfato. Os glicolipídios formam parte da bicapa lipídica da membrana celular; a parte glicídica da molécula está orientada até o exterior da membrana plasmática e é um componente fundamental do glicocálix, onde atuam no reconhecimento celular e como receptores antigênicos.
Entre os principais glicídeos que formam parte dos glicolipídios encontramos a galactose, manose, frutose, glicose, N-acetilglicosamina, N-acetilgalactosamina e o ácido siálico.
Dependendo do glicolipídio, a cadeia glucídica pode conter, em qualquer lugar, entre um e quinze monômeros de monossacarídeo. Assim como a extremidade de fosfato de um fosfolipídio, a extremidade de carbohidrato de um glicolipídio é hidrofílica, e as caudas de ácidos graxos são hidrofóbicas. Em solução aquosa, os glicolipídios se comportam de maneira similar aos fosfolipídios.
5) Esteróides e Terpenos à São lipídios insaponificáveis (não contém ácido graxo)
São lipídios estruturais presentes nas membranas da maioria das células eucariontes; ele reduz a fluidez das membranas.
Os Esteróisà Servem como percussores para ácidos biliares que emulsificam as gorduras, tornando-as acessíveis a ação das lípases digestivas e hormônios esteróis. O colesterol é o principal esterol nos tecidos animais.
Colesterol = Pode ser obtido na dieta (exógeno) ou sintetizado nas células (endógeno) a partir da gordura saturada (facilita a síntese de colesterol pelo fígado e pelas paredes das artérias e intestinos).
- Lipoproteínas à É a associação de alguns lipídios com proteínas específicas. No plasma sanguíneo há três tipos de lipoproteínas plasmáticas que contém tanto lipídios polares e triacilgliceróis, como o colesterol e seus ésteres.
- São solúveis em água, o que os torna bem adaptados para o transporte de lipídios no sangue; São classificados de acordo com suas densidades.
- Quilomicrons também estão presentes no plasma sanguíneo, e são gotículas quase puras de triacilgliceróis, que transportam triacilgliceróis do intestino delgado até o fígado, onde são metabolizados e liberados para serem armazenados nos adipócitos; Transportam vitaminas lipossolúveis: A; D; E; K.
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