quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Moldeira individual para prótese total

 moldeira individual é a reprodução precisa de toda a zona chapeável dos maxilares, em três dimensões: comprimento, largura e altura. Devido à variedade de tamanhos e formas dos rebordos desdentados, bem como as várias anomalias encontradas, é imprescindível o uso de moldeiras especialmente construídas e adaptadas para cada caso. A moldeira individual será construída sobre o modelo de estudo obtido a partir da primeira moldagem.

Limites das moldeiras individuais:
Os limites das moldeiras individuais são regidos pelas noções de área chapeável, tanto para a maxila, como para a mandíbula. Deve-se tomar especial cuidado quando do desenho das moldeiras: respeitar as bridas e inserções musculares a fim de que não haja interferências que causariam a compressão e conseqüente deformação dos tecidos. É importante que as bordas da moldeira estendam-se até o limite do fundo de saco gêngivo-labial e geniano, recobrindo dessa maneira, toda a área passível de fornecer retenção e suporte para a prótese.

Objetivo:
Consiste em reproduzir com a maior exatidão possível, a parte da boca que suportará a dentadura e para que essa reprodução seja fiel, é necessário que o material de moldagem, desenvolva sobre a parte a ser moldada, a mesma pressão que desenvolverá a dentadura.
A moldeira de estoque não obtém os resultados desejados, uma vez que não tem espessura uniforme do material de moldagem. Este fato acarretaria pressões diferentes pelas diferentes possibilidades de escoamento. Daí a necessidade da confecção de moldeiras individuais que, sendo uma cópia bastante fiel de toda a área chapeável, nos garante espessura e, portanto, pressão uniforme do material de moldagem sobre os tecidos.

Confecção e ajuste das moldeiras individuais
Há vários métodos e materiais para a construção de moldeiras individuais, desde a adaptação de moldeiras de estoque metálicas, que serão recortadas e brunidas sobre o modelo, (método difícil e anti-econômico, hoje abandonado), moldeiras em placa-base godiva), até as moldeiras em resina acrílica, que são as mais utilizadas.

Passo a passo
 Manipula-se a RAAQ que será adaptada, sobre o modelo previamente isolado. A vantagem principal está relacionada ao pouco tempo despendido no processo e no fato de não correr o risco de danificar o modelo. Entretanto as alterações dimensionais são inevitáveis, uma vez que é muito difícil obter espessura uniforme e manter pressão durante a fase de polimerização da resina.
 Outra técnica é a de manipular-se a resina acrílica e no momento em que esta atingir a fase plástica faz-se a prensagem entre duas placas de vidro devidamente isoladas (isolante para resina) controlando-se a espessura do material para que fique com cerca de 3 mm, a seguir esta é adaptados sobre o modelo e recortados os seus excessos. A maior vantagem desta técnica é a de conseguir uma uniformidade na espessura da moldeira.
 Moldeiras individuais confeccionadas em resina acrílica prensada: as moldeiras individuais em resina acrílica são fáceis de serem confeccionadas, tem rigidez satisfatória, sofrem menores alterações dimensionais e quando necessitam de ajustes são de fácil desgaste.
 Em comparação com a placa-base, as moldeiras em resina têm a desvantagem de necessitar mais tempo para sua confecção; porém, os resultados obtidos compensam muito, essa desvantagem.

Placa-base
São confeccionadas adaptando uma lâmina dupla de cera rosa n° 7 sobre o modelo de estudo e recortando no limite da área chapeável. Na região anterior, junto à crista do rebordo, construir um pequeno cabo para facilitar o manuseio da moldeira (há autores que aconselham a construção de três pontos de apoio, para facilitar o equilíbrio da pressão de moldagem).
Em seguida será incluído em muflo o conjunto modelo/moldeira em cera. Após a presa do gesso, abre-se o muflo (procedendo-se a um aquecimento prévio em "banho-maria" para plastificar a cera) e remove-se a cera plastificada. Após a remoção de toda a cera, o modelo será isolado utilizando-se um isolante à base de alginato, tanto na face interna como externa (molde e contramolde).
A resina acrílica é homogeneizada em recipiente apropriado e quando na fase plástica, condensada no muflo. Prensa-se, abre-se a mufla e recortam-se os excessos de resina. Nova prensagem e leva-se ao polimerizador (vide fases de laboratório). Recomenda-se o uso de resina incolor como veremos adiante. Após a polimerização: abertura e desinclusão da moldeira; recortam-se os excessos com pedras montadas para resina e leva-se para polimento.
O processo será idêntico em suas fases principais, se utilizarmos resina acrílica ativada quimicamente (RAAQ). Após a inclusão e prensagem da resina, não haverá necessidade de polimerização térmica. Simplesmente aguarda-se a polimerização química para a desmuflagem da moldeira.
Ajuste das moldeiras individuais:
A moldeira individual tem a finalidade de levar o material de moldagem em contato íntimo com a fibromucosa, em toda a sua extensão. Por esse fato, a moldeira individual recobre, apenas, aquelas áreas que foram eleitas como a base da dentadura. Ela deve ser planejada e desenhada levando em consideração todos os fatores necessários para a retenção e estabilidade da prótese total. As suas bordas devem confeccionadas tomando o cuidado de contornar as inserções musculares, freios e bridas. O comprimento deve ser compatível com a tolerância normal do paciente. Porém, sua delimitação foi feita em laboratório e é possível que, em determinadas situações de dinâmica, haja interferências tanto musculares como de tecidos moldes.
Deve-se levá-la à boca do paciente para, em dinâmica muscular, executar ajustes onde forem necessários. Daí, a grande vantagem das moldeiras individuais em resina acrílica incolor, que nos permitem visualizar os tecidos, por transparência e verificar possíveis áreas de compressão ou distensão, mesmo quando essas áreas encontram-se recobertas pela própria moldeira. Retenção e estabilidade: embora não possamos esperar uma retenção absoluta da moldeira individual, este fator, por si só, já é uma indicação do grau de adaptação da moldeira aos tecidos. Quanto à estabilidade, será uma indicação de que não existem zonas de compressão, notadamente ao nível dos rebordos alveolares. (Quando a moldeira for construída em resina acrílica incolor, podemos verificar zonas de compressão por visualização direta através da resina).
Delimitação posterior: verificamos se o comprimento da moldeira é suficiente ou se há sobreextensão em tecido mole que não deve ser recoberto. Delimitação das bordas e contorno: é a região onde há maior necessidade de ajuste das moldeiras individuais:

Passo a passo:
Mantendo a moldeira em posição, pede-se ao paciente que execute movimentos. Vamos verificar se não há interferência das bordas com os freios (labial e lingual); tecidos para-protéticos e músculos. Procura-se, obter um estado de equilíbrio em que não haja interferência dos tecidos para-protéticos com a moldeira, em nenhum estado de dinâmica muscular.
Os ajustes são feitos com o auxílio de pedra montada para resina, desgastando as áreas ou pontos de interferência. No caso das moldeiras em placa-base usamos discos de lixa ou brocas para vulcanite, tomando o cuidado de obter uma borda arredondada e lisa. É necessário lembrar que os ajustes devem ser feitos por remoção de material; sendo a adição de material difícil e geralmente, de conseqüências imprevisíveis quanto ao resultado final. Por essa razão recomenda-se o máximo cuidado na delimitação e confecção das moldeiras individuais.
Após os ajustes e estando a moldeira em condições, devem-se verificar as bordas, repoli-lo se necessário. Então passasse para o próximo degrau da confecção das próteses totais, que é a moldagem funcional ou segunda moldagem ou moldagem definitiva.

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