São elas: paredes, ângulos diedros, ângulos triedros e ângulos cavossuperficiais.
As paredes são os limites internos da cavidade. Podem ser circundantes, quando são paredes laterais da cavidade, recebendo o nome da face do dente correspondente à ela ou da face mais próxima. Podem ser de fundo, correspondendo ao assoalho da cavidade e podem ser chamadas de axial (paralelas ao eixo longitudinal) e pulpar (perpendiculares ao eixo longitudinal).
Ângulos diêdros são formados pela união de duas paredes de uma cavidade e denominados segundo a combinação de seus respectivos nomes. De acordo com Black, serão do primeiro grupo, quando formados por paredes circundantes, serão do segundo quando formados por uma parede circundante e uma parede do fundo da cavidade, e do terceiro grupo quando formados pela união das paredes do fundo da cavidade.
Ângulos triedros são formados pelo encontro de 3 paredes e denomidados de acordo com suas respectivas combinações.
Ângulo cavossuperficial é o ângulo formado pela junção das paredes da cavidade com a superfície externa do dente.É também conhecido como margem. Embora esse termo seja indicado para designar a linha de união da superfície do dente com a borda do material restaurador colocado na cavidade.
Classificação das cavidades
Podem ser classificadas de acordo com a finalidade (terapêuticas e protéticas) e de acordo com a profundidade. As terapêuticas são aquelas realizadas em casos de cárie, abrasão,erosão, fratura ou outras lesões dos tecidos duros que tenham comprometido a estrutura da coroa parcialmente ou totalmente, cujo preparo cavitário é condicionado a uma restauração individual do dente que visa a reconstrução morfológica, funcional e estética. As protéticas são as preparadas para que as restaurações possam servir como retentores ou apoio para próteses fixas e removíveis. Não deixam de ser terapêuticas quando reconstroem o dente.
Black classificou assim:
Classe I: cavidades em regiões de má coalescência de esmalte, cicatrículas e fissuras na face oclusal de pré-molares e molares; 2/3 oclusais da face vestibular dos molares e na face lingual dos incisivos superiores, ocasionalmente na face palatina dos molares superiores.
Classe II: Cavidades nas faces proximais dos pré-molares e molares.
Classe III: Cavidades nas faces proximais dos incisivos e caninos, sem remoção do ângulo incisal.
Classe IV: Cavidades nas faces proximais dos incisivos e caninos, com remoção e restauração do ângulo incisal.
Classe v: cavidades no terço gengival, não de cicatrículas, das faces vestibular e lingual de todos os dentes.
A classificação de Black foi complementada, como veremos à seguir:
a)Classe I
Tipo ponto: pré-molares e molares quando apenas um ponto do sulco principal foi atingido pela cárie.
Tipo risco: pré-molares e molares quando apenas o sulco principal foi atingido.
Tipo olho de cobra: pré-molares inferiores quando a lesão não atingiu as estruturas de reforço do esmalte, ponte do esmalte e cristas marginais.
Tipo Shot Gun (tiro de espingarda): molares inferiores com minicavidades nas superfícies oclusais.
b) Classe II:
Slot vertical de Markley: pré-molares superiores e inferiores quando apenas a face proximal cariada é incluída na preparação, sem envolvimento da oclusal
Tipo túnel: pré-molares e molares quando apenas a face proximal é envolvida, preservando a crista marginal
Para estabelecer a classificação, os autores basearam-se nsa 3 principais áreas de incidência da lesão cariosa. São elas:
Cavidade tipo I- cavidade preparada na superfície oclusal de pré-molares e molares que pode ser subdividida em com ou sem envolvimento de cúspide.
Cavidade tipo II- cavidade prepara na(s) superfície(s) proximal (is) de pré-molares e molares sendo dividida em com ou sem envolvimento da crista marginal
Cavidade tipo III- cavidade preparada nas superfícies proximais dos dentes anteriores, sem envolvimento do ângulo incisal.
Cavidade tipo IV- cavidade preparada nas superfícies proximais dos dentes anteriores, com envolvimento do ângulo incisal.
Cavidade tipo V- cavidade preparada nas superfícies vestibular ou lingual de todos os dentes.
Classe I- cavidades localizadas em regiões de cicatrículas, fissuras e áreas com defeitos na superfície oclusal de dentes posteriores e anteriores (cíngulos).
Classe II- cavidades que ocorrem na interproximal de qualquer dente, iniciadas abaixo da área de contato.
Classe III- cavidade localizada no terço cervical da coroa ou por envolvimento da recessão gengival, da raiz exposta.
E com base no progresso da lesão cariosa, temos 4 níveis:
Nível I- envolvimento mínimo da dentina, sem possibilidade de tratamento por remineralização.
Nível II- envolvimento moderado da dentina.a A estrutura remanescente é suficientemente resistente para suportar e proteger a restauração.
Nível III- Cavidade é ampla acima do envolvimento moderado. A estrutura remanescente está enfraquecida.
Nível IV- cárie extensa com ampla perda de estrutura dentária.
Não podemos esquecer também da existência de uma nova classe: Classe VI- cavidade preparada nas pontas de cúspides e bordas incisais.
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