quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Anatomia Interna

A adequada intervenção endodôntica requer o conhecimento detalhado da configuração interna dental. Para tanto, desde o início do século passado, foram desenvolvidas várias técnicas visando estudar a morfologia dos grupamentos dentários. Considerando que a radiografia, elemento que dispomos para observação da cavidade pulpar durante a terapia endodôntica, fornece apenas a imagem bidimensional, muitos detalhes poderão passar despercebidos. Contudo, o estudo detalhado da cavidade pulpar de cada dente, seus aspectos normais, bem como as variações anatômicas mais frequentes, é de extrema importância. "No conhecimento da anatomia se fundamentam a arte e a ciência da cura". Kuttler, Y.
 

Posição dos dentes na arcada dentária, desvios da direção radicular como decorrentes da adaptação da raiz à direção dos vasos sanguíneos e nervos: Teoria da Hemodinâmica.


Anatomia das cavidades pulpares e posição dos dentes superiores e inferiores na arcada dentária, sentido mesiodistal e sentido vestíbulopalatino.

Inclinações médias em graus dos dentes nos arcos dentários, sentidos mesiodistal e vestíbulopalatino.



Considerações preliminares
  
Em um mesmo indivíduo não existem dois dentes iguais, considerando-se entre outros fatores, comprimento, largura e dimensões coronárias e radiculares, morfologias externa e interna, número e trajeto de canais radiculares e inclinações dentárias nas arcadas.
Deste modo, trataremos dos casos mais comuns, citando outros, contudo, em vista de suas consideráveis incidências.
Em todo dente existem duas porções distintas: uma livre - coroa e outra implantada no osso - raiz. Há dentes que só possuem uma raiz (unirradiculares), ao passo que outros apresentam, comumente, duas (birradiculares) ou mais raízes (multirradiculares). A sua vez, toda raiz possui, normalmente, um ou dois canais, esta última, nos casos de achatamento proximal acentuado.
   
A anatomia externa pode ser estudada pela simples observação não oferecendo dificuldades, o mesmo não acontece com o estudo da configuração interna.
Cavidade pulpar
A polpa dentária, o único tecido mole do dente, está protegida no interior das estruturas calcificadas numa cavidade denominada cavidade pulpar. Esta é limitada pela dentina coronária e pela dentina radicular, reproduzindo a morfologia externa do dente.
A cavidade pulpar está dividida em duas partes: câmara pulpar e canal radicular.

Câmara pulpar: O número de faces que compõe a câmara pulpar depende do número de canais que o dente contém e do grupo dental a que pertence. Assim, a câmara pulpar dos incisivos e caninos portadores de apenas um canal tem 5 paredes: mesial, distal, vestibular, lingual ou palatina e incisal (teto da câmara pulpar).


Contudo, se o incisivo ou canino inferior tiver dois canais, a câmara pulpar terá, além das faces acima citadas, mais o assoalho.

Tratando-se de pré-molares e molares inferiores ou superiores, também apresentando um único canal, a câmara pulpar é composta de 5 faces: mesial, distal, vestibular, lingual ou palatina e oclusal.

Finalmente para os casos de pré-molares e molares, superiores ou inferiores, que contém mais de um canal a câmara pulpar possui as 5 faces já citadas e mais o assoalho.

O teto da câmara pulpar dos pré-molares e molares é a sua face oclusal, enquanto que o teto da câmara pulpar dos dentes anteriores corresponde à sua face incisal.
De modo geral, a câmara pulpar dos incisivos, caninos e pré-molares superiores localiza-se no centro do dente; já a dos pré-molares e molares inferiores, situa-se do centro para mesial.
 
Com relação ao canal radicular, seu início confunde-se com o término da câmara pulpar nos dentes portadores de um canal (a nível do colo anatômico do dente) e nos dentes com mais de um canal começa no assoalho da câmara pulpar.
                                                                       
ICS
 
 
Composição da câmara pulpar

 A -Assoalho 
 C -Cornos pulpares 
 P -Paredes
 
 
  T -  Teto


Kutller (1955) deixa claro que, o canal radicular não é único, baseado em sua estrutura divide-se em canal dentinário e canal cementário. Ambos os canais se unem pelos vértices dando, geralmente, o formato de cones truncados, com o canal dentinário representando quase todo o ducto radicular e o canal cementário constituíndo cerca de, no mínimo, meio milímetro de distância do forame apical.

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