Dor de origem pulpar
A polpa dental é um tecido conjuntivo frouxo, localizado na
cavidade pulpar, é um tecido extremamente vascularizado por vasos sanguíneos e
linfáticos, além de fibras nervosas e células, o que lhe garante um metabolismo
intenso e com boa capacidade de reparo.
A
dimensão da agressão ao elemento dental pode promover fenômenos inflamatórios
(vásculo-exsudativos) que levam à compressão das fibras nervosas e, portanto,
geram a dor. É interessante ressaltar que a estrutura mineralizada dos elementos
dentais não permite que a polpa expanda quando ocorrem reações inflamatórias,
de forma que, quando há aumento no seu volume, consequentemente, há um aumento
da pressão interna, o que causa os episódios de dor.
As
dores pulpares podem ser causadas por agentes biológicos, agentes físicos e
agentes químicos.
* No que se
refere à ação dos agentes biológicos (microbiota), a doença cárie e as
periodontopatias favorecem a agressão ao tecido pulpar pela exsudação de
substâncias que afetam os túbulos dentinários.
E com relação aos agentes físicos, a fratura do elemento dental propicia a exposição
dos túbulos dentinários, o que gera episódios dolorosos. (bruxismo e o galvanismo1)
E por fim, os agentes químicos, tais como os
materiais utilizados na prática odontológica, também podem ser responsáveis por
dor pulpar, pois podem irritar a polpa, que responderá por
meio de processo inflamatório
A prevenção das alterações pulpares é uma questão complexa,
pois tem relação com a prevenção de traumas e, principalmente, com a prevenção
da doença cárie, que se dá basicamente pelo uso de flúor em larga escala – por
meio de água fluoretada e no creme dental.
A
dor endodôntica é aquela que se origina na polpa dentária, em decorrência de
cárie ou de trauma dental, que pode acometer os tecidos periodontais apicais
As situações de dor endodôntica são acompanhadas por
alterações que podem ser classificadas como pulpares ou periapicais.
A causa mais comum de alterações pulpares e periapicais é a
presença de bactérias em decorrência de lesões de cárie.
A dimensão da lesão pulpar está diretamente relacionada com
a extensão e com a profundidade da lesão de cárie, sendo que a polpa poderá
responder com um leve depósito de dentina ou até mesmo com alterações inflamatórias e degenerativas.
Alterações pulpares
No diagnóstico das alterações pulpares, são utilizadas,
basicamente, as informações a respeito das características da dor obtidas por
meio da anamnese, do exame radiográfico e dos testes de vitalidade, percussão e
mobilidade.
Com base
nestas informações e nos achados histopatológicos têm-se classificado as
doenças pulpares de origem inflamatória de diferentes maneiras.
Diferentes
nomenclaturas para a classificação das doenças pulpares inflamatórias.
Classificação 1
|
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Hipermia pulpar
|
|
Pulpite
aguda
|
Serosa
Purulenta
|
Pulpite
crônica
|
Ulcerativa
Hiperplástica
|
Ulcerativa
Hiperplá Sica
|
|
Classificação 2
|
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Pulpite fechada
|
Hiperemia
pulpar
Pulpite infiltrativa
Pulpite abscedada
|
Pulpite aberta
|
Pulpite ulcerosa traumática
Pulpite Ulcerosa não traumática
Pulpite hiperplásica
|
Necrose Pulpar
|
Classificação 3
|
|
Pulpite aguda
|
Reversível
em transição
Irreversível
|
Pulpite
crônica
|
Ulcerada
Hiperplásica
|
Necrose pulpar
|
|
Os achados clínicos não fornecem dados suficiente para
prever com exatidão as características histopatológicas da polpa inflamada.
Portanto, buscando simplificar e unificar as nomenclaturas das diferentes
escolas de Odontologia do Brasil, adotaremos para este módulo, a classificação
apresentada no quadro 2. Para facilitar o estudo, este quadro também apresenta
uma correspondência entre a nomenclatura adotada com as diferentes
nomenclaturas existentes. (Estrela -2004)
Classificação clínica
|
Classificação histopatológica
|
Nomenclatura adotada
|
Correspondência com outras
nomenclaturas
|
Pulpalgia hiper-reativa
|
Hipersensibilidade dentinária
Hiperemia pulpar (Pulpite reversível)
|
Pulpite sintomática
|
Pulpite aguda serosa e
purulenta
Pulpite fechada infiltrativa e
abscedada Pulpite de transição e irreversível
|
Pulpite assintomática
|
Pulpite crônica ulcerativa e
hiperplásica
Pulpite aberta ulcerosa
traumática, ulcerosa não traumática e hiperplásica.
Pulpite crônica ulcerada
|
Necrose pulpar
|
Necrose pulpar
|
Fonte: Adaptado de estrela 2004
Desta forma, a classificação da dor pulpar de origem
inflamatória será de fácil entendimento para qualquer cirurgião-dentista,
independente da escola de Odontologia que frequentou.
O cirurgião dentista deve estar habilitado para o
diagnóstico e tratamento destas alterações.
·
1)Pulpalgia hiper-reativa
Trata-se das situações clínicas de dor dentinária provocada (como a
hipersensibilidade dentinária) ou de respostas pulpares iniciais que são
potencialmente controláveis (reversíveis).
O paciente relata uma dor provocada pela
ingestão de líquidos e alimentos gelados (dor ao frio), sendo que essa dor é
caracterizada por ser aguda e de curta duração (dor fugaz). O paciente consegue
localizar exatamente qual é o dente que está acometido (dor localizada). O
exame clínico complementará a coleta de dados para o diagnóstico.
·
2) Pulpite sintomática
Nos casos de pulpite sintomática, uma lesão
de cárie
não diagnosticada ou não tratada em sua
fase
inicial, invariavelmente, atingirá a polpa
e desencadea-
rá uma resposta inflamatória mais severa,
porém de
forma limitada à região da polpa próxima ao
agente
agressor, não acometendo o tecido pulpar
mais
distante.
Em estágios
iniciais da pulpite sintomática,
o paciente
relata a presença de dor provocada, aguda,
localizada,
persistente por longo período após
a remoção do estímulo e que cede com o uso de analgésicos.
Já em estágios mais avançados da pulpite sintomática, em que já se acomete toda a
polpa, o paciente relatará uma dor provocada ou espontânea, intensa,
contínua, pulsátil, difusa e que não é mais controlada
com o uso de analgésicos.
·
3) Pulpite assintomática
A pulpite
assintomática é caracterizada pela presença de uma inflamação crônica no tecido pulpar associada à
presença de uma câmara pulpar aberta, o que gera uma via de drenagem e,
portanto, resulta na ausência de sintomas.
ETIOLOGIA-
Semelhante à da pulpite sintomática, no entanto os estímulos são menos
intensos, o que permite uma resposta pulpar.
*Normalmente a polpa se apresentará
ulcerada ou com pólipo pulpar , num processo inflamatório de caráter
irrecuperável e com contaminação bacteriana.
Alterações Periapicais
Com a necrose pulpar,
cria-se um ambiente propício para o desenvolvimento de microrganismos.
Portanto, o tipo de inflamação na região periapical vai depender da quantidade
de microrganismos, da sua virulência e da resistência orgânica do hospedeiro.
Os quadros sintomáticos
(agudos) são característicos da
presença de microrganismos de alta virulência que sobrepujam a defesa do
organismo e determinam uma agressão de alta intensidade e de curta duração.
Porém, se a virulência for baixa e
propiciar a defesa do organismo, a resposta poderá ser assintomática (crônica).
As alterações periapicais
que causam dor podem ser agrupadas da seguinte maneira:
-Pericementite apical
-Abscesso periapical
agudo
-Abscesso periapical
crônico agudizado (abscesso Fênix).
Acompanhe agora a definição de cada um desses
casos.
1. Pericementite apical
ETIOLOGIA
Traumática - pode originar-se após uma
simples restauração na qual houve permanência de um contato prematuro, devido a
um trauma dental leve ou a tratamentos ortodônticos. Pode, também, ser causada
por agentes químicos e mecânicos durante o tratamento endodôntico
(instrumentação, substâncias irrigantes e cimentos obturadores).
Infecciosa - será decorrente de uma inflamação pulpar que alcançou
o tecido periodontal na região apical, determinando o início das alterações
periapicais.
Em ambos os casos o dente
pode apresentar ou não vitalidade pulpar, discreta sensibilidade a percussão,
leve extrusão dental e discreto aumento de mobilidade.
* O paciente relata uma dor contínua, pulsátil,
localizada, sensação de dente “crescido” (em decorrência da extrusão dental
pela inflamação apical). Entretanto, na pericementite traumática haverá o
histórico de um tratamento odontológico recente ou em andamento.
Algumas manobras clínicas
, como o teste de sensibilidade pulpar ao frio, poderão auxiliar na
diferenciação entre os dois tipos.
2.Abscesso periapical agudo
As alterações
periapicais infecciosas são decorrentes de uma infecção dos canais radiculares,
geralmente iniciada por uma lesão de cárie não tratada.
A combinação de uma agressão de alta intensidade com um
quadro de baixa resistência do hospedeiro resultará na instalação de um
abscesso periapical agudo.
Característica dessa
patologia= é a presença de uma coleção purulenta nos tecidos periapicais em
decorrência da infecção, que gera um edema e a tentativa de drenagem desse pus.
O paciente pode
apresentar-se em diversas fases de evolução desse abscesso, sendo elas: inicial, em evolução
e evoluída.
* No abscesso periapical agudo inicial-o
pus está localizado no ligamento periodontal apical.
O paciente relata uma dor
parecida com o quadro de pericementite apical infecciosa − dor espontânea, contínua,
localizada, porém mais intensa, e sensação de “dente crescido” − e já
apresentará um início de edema em fundo de sulco na região do dente afetado.
**No abscesso periapical agudo em
evolução- o exsudato que não foi drenado via canal radicular está buscando
um caminho para a exteriorização, que poderá ser via periodonto ou
intraósseo. Essa fase é extremamente dolorida e, muitas vezes, deixa a
pessoa prostrada pela dor que sente.
As características da dor nessa fase são as
mesmas da fase inicial − dor
espontânea, contínua, localizada, intensa e latejante −, porém, neste caso, o
usuário já apresenta edema intraoral ou edema extraoral de forma disseminada.
Além disso, o paciente
pode relatar ou apresentar estado febril e dificuldade de abrir a boca (trismo).
***Abscesso
periapical agudo evoluído- a coleção purulenta se localizará e romperá a
resistência do ligamento periodontal ou do periósteo para que ocorra a
drenagem via fístula.
Nestes casos, o paciente
pode relatar a presença da fístula como uma bolinha ou espinha na gengiva, de
onde, às vezes, sai um líquido amarelo.
O paciente relatará o
mesmo quadro de sintomas da fase anterior: dor espontânea, contínua, localizada e latejante, porém
em menor intensidade, podendo estar associada a estado febril e dificuldade de
abrir a boca (trismo).
Ele pode também relatar gosto amargo na boca e mau
hálito em decorrência da drenagem do pus via intrabucal.
--Angina de Ludwig-
Nestes casos, ocorre a disseminação do edema para os espaços sublingual,
submandibular ou submentoniano, o que ocasiona um inchaço na região do pescoço.
O paciente apresenta um quadro de dor, aumento de volume na região cervical,
dificuldade de falar e deglutir, trismo, edema de assoalho de cavidade bucal,
protrusão lingual, febre e linfoadenopatia. Essas manifestações colocam o
paciente numa condição clínica de risco, na qual deverá receber atendimento em
caráter de emergência.
Abscesso periapical crônico
agudizado (abscesso Fênix)
O abscesso periapical
crônico é um processo inflamatório, purulento, de evolução lenta, assintomático
associado a um dente com necrose pulpar. O pus formado drenará via ligamento
periodontal ou por um trajeto fistuloso intra ou extraoral. Desenvolve-se como
sequência de uma necrose pulpar, de um tratamento endodôntico insatisfatório ou
de um abscesso periapical agudo em que o organismo atingiu o equilíbrio após o
estabelecimento da via de drenagem.
Apesar de ser uma doença assintomática e de progressão lenta,
se houver baixa de resistência do usuário, o abscesso periapical crônico pode
resultar em dor, sendo caracterizado como abscesso periapical crônico agudizado
ou abscesso Fênix (o que ressurgiu). Quando o paciente for acometido de dor
decorrente de uma agudização de um abscesso periapical crônico, procurará
atendimento relatando os mesmos sintomas de um abscesso periapical em evolução
ou evoluído: dor espontânea, contínua, localizada, intensa e latejante.
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
Para que seja feita a avaliação
diagnóstica correta do estado pulpar e periapical, será necessário lançar mão
de recursos semiotécnicos, como testes de sensibilidade pulpar, de percussão,
de mobilidade e exame radiográfico.
Alterações Pulpares
Para apurar o diagnóstico das
alterações pulpares, além da anamnese, o exame clínico e exames complementares
são fundamentais. Dentre os testes
que podem ser realizados durante o exame
clínico encontra-se o teste de sensibilidade ao frio (conhecido
também como teste de vitalidade).
Outros testes simples são: o teste de percussão, que pode ser
realizado com o próprio cabo do espelho; e o
teste de mobilidade, realizado com duas espátulas de madeiras. Como exame
complementar, temos o exame radiográfico,
que nos dará informações sobre a profundidade da lesão (se envolve ou não a
polpa) e a presença de alterações nos tecidos periapicais.
*No
abscesso periapical agudo em fase
inicial a sensibilidade pulpar ao frio será negativa, o teste de percussão apresentará resultado positivo
e, geralmente, haverá também dor na palpação em fundo de sulco
vestibular do dente afetado. A radiografia
poderá evidenciar um leve espessamento do
espaço do ligamento periodontal.
**No
abscesso periapical agudo em evolução o
resultado do teste de sensibilidade pulpar ao frio será negativo e o teste
de percussão será positivo. Embora nesta fase seja possível a palpação do
edema, este ainda se apresenta difuso. A radiografia poderá mostrar um leve
espessamento do espaço do ligamento periodontal, porém ainda sem evidência de
lesão óssea maior.
***O
abscesso periapical agudo evoluído
apresentará as mesmas manifestações clínicas mencionadas na fase anterior: a
sensibilidade pulpar ao frio será negativa e o resultado do teste de percussão
será positivo. Porém, agora, haverá presença de edema facial (flegmão) e
de fístula que drena via ligamento periodontal ou em fundo de sulco do
dente acometido. Geralmente a fístula é intramucosa, mas pode ocorrer também a
fístula cutânea. Além disso, pode-se observar tumefação e assimetria facial por
conta do edema. Ainda não será possível identificar lesão óssea periapical pela
radiografia; apenas um leve espessamento do espaço do ligamento periodontal. Se ainda assim
houver dúvidas a respeito do dente que está causando essa patologia,
pode-se lançar mão do rastreamento da
fístula. Para isso, basta introduzir gentilmente um cone de guta percha
de calibre fino no trajeto da fístula e fazer uma tomada radiográfica.
-Abscesso periapical crônico agudizado (abscesso Fênix) Não só a
sintomatologia do abscesso periapical crônico é semelhante ao abscesso
periapical agudo, como também as caraterísticas clínicas: resultado negativo
para sensibilidade pulpar ao frio e resultado positivo para o teste de percussão,
podendo haver edema facial e fístula que drena via ligamento periodontal ou em
fundo de sulco do dente acometido. A principal ferramenta para o diagnóstico
diferencial será a radiografia, que demonstrará a presença de lesão óssea
periapical (rarefação óssea), que poderá ser difusa, localizada (sugestivo de
granuloma periapical) ou circunscrita (sugestivo de cisto periapical).
1) Acerca da dor de origem
pulpar, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma. A seguir,
assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( F ) Pode ocorrer devido à
estimulação de três tipos de fibras nervosas: tipo A, tipo Aβ e tipo C.
( V ) As fibras nervosas
mielínicas apresentam rápida velocidade de condução.
(V ) As fibras tipo C são
responsáveis pela dor típica da pulpite irreversível sintomática.
(V ) As fibras amielínicas
apresentam elevado limiar de excitabilidade.
(F ) As fibras A são responsáveis
pela dor difusa.
a) V – F – F – V – V
b) F – F – V – F – V
c) V – V – F – F – F
d) F – V – V – V – F
2) Sobre a pulpite reversível,
informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo. A seguir,
assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
(V ) Não há dor espontânea.
( F) A dor é causada pela
estimulação das fibras nervosas tipo C.
(F ) Requer tratamento
endodôntico imediato.
(V ) A dor pode ser provocada por
estímulos mecânicos, osmóticos, térmicos ou bacterianos.
( V) Não há exposição pulpar.
a) V – F
– F – V – V
b) F – F – V – V – F
c) V – V – F – F – F
d) F – V – V – F – V
3) O diagnóstico e o(s)
tratamento(s) imediato(s) da patologia perirradicular de origem endodôntica que
apresenta tumefação intraoral flutuante, ausência de vitalidade pulpar,
mobilidade e extrusão dental são, respectivamente,
a) cisto perirradicular e
cirurgia parendodôntica.
b) osteomielite crônica e
medicação sistêmica com posterior tratamento endodôntico.
c) periodontite apical aguda e
drenagem da coleção purulenta e tratamento endodôntico.
d) abscesso perirradicular agudo e drenagem da coleção
purulenta e desinfecção endodôntica.
4) De acordo com Lopes e Siqueira
(2010), um ligeiro desconforto pode ocorrer após a obturação endodôntica,
levando o paciente à dor. Em alguns casos, mesmo com obturação endodôntica
adequada, há dor aguda e persistente. Qual a conduta para este caso?
a) Retratamento endodôntico.
b) Prescrição de analgésico e
antibiótico.
c) Prescrição de analgésico e anti-inflamatório.
d) Repouso para o paciente e
prescrição de anti-inflamatório.
5) Sobre o hipoclorito de sódio,
informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo. A seguir,
assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
(F ) O líquido de Dausfrene é uma solução de
NaOCl a 0,5%, equivalente a 25.000 ppm, neutralizada por bicarbonato de sódio.
( V) A capacidade de dissolução de tecido
pulpar do NaOCl se dá pela ação combinada do hidróxido de sódio e do ácido
hipocloroso.
(V ) Quanto maior o volume da
solução de NaOCl em relação à massa de tecido, maior será sua capacidade de
dissolver matéria orgânica.
(V ) O hipoclorito de sódio
apresenta baixa tensão superficial e, em função disso, tem alto poder de
umectação.
(F ) O NaOCl foi proposto por Dakin (1919)
para ser utilizado em endodontia.
a) V – V – F – V – F
b) F – V
– V – V – F
c) F – F – V – F – V
d) V – F – F – F – V
6) Leia o trecho abaixo e, em
seguida, assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as
lacunas. A clorexidina é uma substância antimicrobiana de amplo espectro,
agindo sobre bactérias gram-positivas e gramnegativas. A clorexidina apresenta
também ____________________, sendo liberada _______________ à medida que sua
concentração diminui.
a) substantividade / lentamente
b) ação quelante / rapidamente
c) ação clareadora / lentamente
d) baixa tensão superficial /
rapidamente
7) Qual a substância química
irrigadora, empregada no preparo de canais radiculares, com a propriedade de
incorporar íons Ca, promovendo uma reação química, tendo como produto final o
quelato de Ca?
a) Peróxido de ureia.
b) Detergente aniônico.
c) Hipoclorito de sódio.
d) Ácido etilenodiaminotetracético dissódico.
8) Dos objetivos relacionados,
qual não se refere à medicação intracanal?
a) Estimular a formação de tecido
mineralizado.
b) Impedir a reinfecção do canal
radicular por micro-organismos da saliva.
c) Estimular a drenagem da coleção purulenta das
infecções perirradiculares.
d) Auxiliar na eliminação de
micro-organismos presentes na infecção endodôntica.
9) Analise o caso clínico abaixo. Paciente, A.C.S., 40 anos,
em tratamento endodôntico do elemento 36, onde foi diagnosticado um abscesso
crônico com fístula intraoral. Após a desinfecção e preparo do canal e
medicação intracanal, a fístula foi eliminada. Porém, ao retornar para a sessão
de obturação endodôntica, verificou-se que o selamento coronário não estava
intacto e havia penetração de saliva nos canais radiculares. Qual a conduta
correta a ser adotada para este caso?
a) Obturação endodôntica.
b) Reinstrumentação e medicação com tricresol formalina.
c) Reinstrumentação e
medicação intracanal com pasta HPG.
d) Reinstrumentação e medicação sistêmica com
anti-inflamatório.
10) A prescrição de antibióticos
é muito importante nos tratamentos endodônticos emergenciais, porém, deve ser
realizada de maneira criteriosa. A prescrição antibiótica é indicada no(a)
a) tratamento endodôntico
inadequado com periodontite crônica.
b) necrose pulpar com rarefação
óssea periapical sugestiva de granuloma.
c) abscesso perirradicular agudo com envolvimento
sistêmico (febre e mal-estar).
d) pulpite irreversível
sintomática com dor aliviada com frio e exacerbada com calor.
11) Sobre as limas endodônticas
manuais, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma abaixo. A
seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
(F ) Limas tipo K são fabricadas por torção de uma haste
metálica com seção reta quadrangular ou circular.
(V ) As limas têm padronização
ISO, com conicidade de 0,02 mm de aumento de diâmetro por milímetro de
comprimento.
(F ) Todas as limas, independente
do seu comprimento, apresentam 18 mm de espirais cortantes.
( V) Uma lima da 1a série nº 25
tem 0,57 mm de diâmetro em D16.
(V ) As limas tipo Hedstroen não
devem ser utilizadas com movimento de rotação, devido à possibilidade de
fratura.
a) V – F – F – V – V
b) F – V
– F – V – V
c) F – V – V – F – F
d) V – F – V – V – F
12) Acerca do diagnóstico e
tratamento endodôntico de dentes com rizogênese incompleta e vitalidade pulpar,
é incorreto afirmar que
a) após um traumatismo dental
pode haver revascularização do feixe vasculonervoso.
b) os testes de sensibilidade
térmicos e elétricos podem obter respostas imprecisas, devido à polpa ser pouco
inervada.
c) o tratamento indicado é a
remoção total da polpa coronária, mantendo a polpa radicular, para a
complementação da rizogênese.
d) o hidróxido de cálcio é o material selecionado para o
revestimento pulpar em casos de pulpotomia, não sendo indicado o uso de
materiais, como o cimento de óxido de zinco e eugenol e MTA (agregado de
trióxido mineral) devido ao poder tóxico do eugenol.
13) Paciente J.P.A., 9 anos,
chega à clínica odontológica acompanhado pela mãe, que reclama sobre o dente
escurecendo do filho. Ao fazer anamnésia, constata-se que a criança sofreu
queda de bicicleta há 2 anos. Durante os exames clínico e radiográfico
observa-se que o elemento 11 encontra-se mais escurecido que os demais e
necrosado. Qual o tratamento para este caso?
a) Acesso, pulpectomia e
medicação com Ca(OH)2.
b) Acesso, desinfecção do sistema
de canais radiculares e obturação endodôntica.
c) Acesso, desinfecção do sistema de canais radiculares e
apicificação usando Ca(OH)2.
d) Acesso, desinfecção do sistema
de canais radiculares e apicogênese utilizando pasta HPG (hidróxido de cálcio,
paramonoclorofenol e glicerina).
14)O aumento da mobilidade em
dentes comprometidos endodonticamente é consequência da extensão da doença
pulpar para:
A) o ligamento periodontal.
B) o cemento radicular.
C) o osso alveolar.
D) a gengiva inserida.
E) a mucosa alveolar
15)Com a necrose pulpar, o dente
não responderá ao teste elétrico pulpar ou ao teste ao frio. No entanto, se for
aplicado calor por tempo prolongado, o dente pode responder a esse estímulo.
Essa resposta pode estar relacionada com:
A) o suprimento sanguíneo
remanescente.
B) os nervos pulpares funcionais.
C) a presença de gases no espaço do canal, se estendendo
para tecidos periodontais.
D) o estímulo das fibrasA-delta
subjacentes.
E) o movimento do fluido do
túbulo dentinário.
16)O hipoclorito de sódio é
classificado como um composto halogenado que pode ser encontrado em uma série
de produtos, contendo concentrações e aditivos variáveis. O líquido de Dakin é
uma solução de hipoclorito de sódio a:
A) 0,5% neutralizada por
bicarbonato de sódio.
B) 1% estabilizada por cloreto de
sódio.
C) 0,5% neutralizada por ácido bórico.
D) 2,5% E) 2- 2,5%
17)A agressão tecidual é o agente
desencadeador da resposta inflamatória, por induzir o rompimento da homeostasia
mantida por meio da relação célula meio. A agressão à polpa e ao ligamento
periodontal pode ser de origem biológica, física ou química. A agressão física
à polpa pode ser representada por:
A) sobreinstrumentação.
B) pressão exercida durante a moldagem protética.
C) seladores temporários.
D) ataque ácido da dentina.
E) microrganismos.
18) Para uma correta indicação do tratamento endodôntico, é
de suma importância para o clínico o estabelecimento de um diagnóstico
clínico-radiográfico da alteração patológica pulpar aguda. Sobre esse
diagnóstico, analise as afirmativas, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o
que se afirma e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência
correta.
( V) É a base fundamental para
instituição da terapêutica a ser seguida.
(V ) Deverá ser embasado na
correlação do exame clínico com outros dados semiológicos e radiográficos.
(F ) Permite ao clínico a
definição exata do estado histopatológico da alteração pulpar.
( V) Permite a classificação,
pelo clínico, das alterações pulpares agudas em reversíveis e irreversíveis.
a) V – V – V – F
b) V – V
– F – V
c) V – F – V – V
d) F – V – V – V
19) Paciente de 25 anos,
masculino, apresenta, após exame clínico-radiográfico, diagnóstico de alteração
de cor do incisivo lateral superior direito, com coroa escurecida, ausência de
sintomatologia dolorosa e extensa restauração de resina composta na face
distal. Ao realizar os testes térmicos, quente-frio, observa-se que não há
resposta dolorosa. Neste caso, o diagnóstico clínico e o plano de tratamento da
alteração pulpar, respectivamente, são
a) necrose pulpar e necropulpectomia.
b) pulpite aguda reversível e
biopulpectomia.
c) pulpite aguda irreversível e
biopulpectomia.
d) pulpite crônica hiperplásica e
necropulpectomia.
20) Ao examinar um paciente
masculino, 18 anos, o cirurgião dentista diagnostica, após exame
clínico-radiográfico, a presença de lesão cariosa extensa com exposição pulpar
no primeiro molar inferior direito. A inspeção dentária, durante o exame
clínico, evidencia a presença de tecido de granulação preenchendo a cavidade
pulpar e da cárie. O paciente relata sintomatologia dolorosa durante o ato
mastigatório, com sangramento. Neste caso, o diagnóstico clínico e o plano de
tratamento desta alteração pulpar, respectivamente, são
a) pulpite aguda irreversível e
biopulpectomia.
b) pulpite crônica hiperplásica e biopulpectomia.
c) pulpite crônica ulcerada e
capeamento pulpar direto.
d) pulpite aguda reversível e
capeamento pulpar direto.
21) Em consulta clínica, paciente
com 26 anos apresenta, após exame clínico-radiográfico, diagnóstico de lesão
cariosa profunda com exposição pulpar do dente 46. Durante a entrevista,
paciente relata sintomatologia dolorosa não tão intensa, apenas durante a
mastigação de alimentos. Neste caso, o diagnóstico clínico da alteração pulpar
é
a) pulpite crônica ulcerada.
b) pulpite aguda reversível.
c) pulpite aguda irreversível.
d) pulpite crônica hiperplásica.
22) Após examinar, clínica e
radiograficamente, um paciente com 38 anos, o cirurgião dentista diagnostica
lesão de cárie profunda, dor aguda, espontânea, localizada intensa e pulsátil
no dente 16. O exame radiográfico não evidencia alterações de lâmina dura. O
paciente relata que não consegue dormir à noite. Com estas informações, o
cirurgião dentista pode definir o diagnóstico e o plano de tratamento desta
alteração pulpar, respectivamente, como
a) necrose pulpar e
necropulpectomia.
b) pulpite aguda irreversível e biopulpectomia.
c) pulpite aguda reversível e
capeamento pulpar direto.
d) pulpite crônica ulcerada e
capeamento pulpar direto.
23) As alterações patológicas da
polpa, isto é, as pulpites agudas reversíveis e irreversíveis, não são
evidenciadas radiograficamente. O exame radiográfico permite
I. uma avaliação das estruturas
mineralizadas do dente.
II. uma avaliação da região
apical do dente.
III. a evidenciação de cáries de
restaurações defeituosas.
IV. uma avaliação da região
periapical do dente sem evidenciação de alterações de espessamento do
periodonto.
Estão corretas somente as
alternativas
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I, III e IV.
d) II, III e IV.
24) Sobre os agentes patogênicos
à polpa dentária, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma e,
em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
(V ) Preparos cavitários
realizados com aparelhos de alta rotação, sem a devida refrigeração, podem
ultrapassar o limiar de tolerância fisiológica da polpa.
(F) Sistemas adesivos dispensam
proteção pulpar, quando utilizados em cavidades profundas ou excessivamente
profundas, por não apresentarem potencial de irritação severa à polpa.
(V ) A polpa dentária reage por
meio de reação inflamatória, quando fatores biológicos provocam irritação que
ultrapasse seu limiar de tolerância fisiológica.
(V) A resposta inflamatória da
polpa, frente aos agentes biológicos, é agravada por estar envolta por paredes
inexpansíveis.
a) V – V – F – V
b) V – F
– V – V
c) F – V – F – V
d) V – V – F – F
25) Paciente ABC, masculino, 16
anos, apresenta, após exame clínico-radiográfico, diagnóstico de lesão cariosa
de média profundidade ao nível de dentina, no primeiro molar superior esquerdo,
com sintomatologia dolorosa aguda, provocada, localizada e de curta duração. O
exame radiográfico não evidencia alterações de lâmina dura. O paciente relata,
também, alívio da sintomatologia dolorosa com o uso de analgésicos via oral.
Neste caso, o diagnóstico clínico e o plano de tratamento desta alteração
pulpar, são
Resposta- pulpite aguda reversível e capeamento pulpar indireto
26) Preencha as lacunas e, em
seguida, assinale a alternativa correta. O diagnóstico clínico-radiográfico de
uma pulpite aguda reversível apresenta prognóstico ________________ à polpa e
________________ ao dente.
a) favorável / favorável
b) favorável / desfavorável
c) desfavorável / favorável
d) desfavorável / desfavorável
27) No molar superior, quando
houver suspeita de um quarto canal, geralmente localizado na raiz
mesio-vestibular (canal mesiopalatino), a melhor incidência do feixe de raio x
para a visualização radiográfica é
a) ortorradial.
b) distorradial.
c) mesiorradial.
d) palatinorradial.
28) Para o molar inferior, que
geralmente tem duas raízes (mesial e distal) e três canais (mesiovestibular,
mesiolingual e distal), há necessidade de se variar a incidência dos raios x
para evitar a sobreposição dos canais mesiovestibular e mesiolingual. Qual
variação de incidência dos raios x permite melhor visualização radiográfica com
dissociação dos canais mesiais sem que ocorra distorção das raízes?
a) Ortorradial.
b) Distorradial.
c) Mesiorradial.
d) Linguorradial.
29) A obturação dos canais
radiculares pode ser considerada como a etapa operatória que constitui o fecho
de segurança de um tratamento endodôntico bem realizado e bem conduzido. Sobre
a obturação dos canais radiculares, analise as afirmativas abaixo.
I. Consiste em substituir o
conteúdo da cavidade pulpar por substâncias que permitem um selamento o mais
hermético possível.
II. Consiste em substituir o
conteúdo da cavidade pulpar por substâncias que sejam inertes ou antissépticas.
III. É uma comprovação da execução correta de todos os atos operatórios
anteriores.
IV. Consiste em substituir o
conteúdo da cavidade pulpar por substâncias que estimulem a reparação apical,
induzindo uma resposta inflamatória persistente.
Estão corretas somente as afirmativas
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I, III e IV.
d) II, III e IV.
30) Sobre a neutralização do conteúdo séptico em canais
radiculares, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma e, em
seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
(V) Nos tratamentos de dentes com necrose pulpar, é de
fundamental importância a neutralização do conteúdo séptico antes da realização
do preparo biomecânico.
(V ) Nos tratamentos de dentes com necrose pulpar, a
neutralização prévia do conteúdo séptico pode evitar acidentes infecciosos
pós-operatórios.
(F ) A neutralização do conteúdo séptico não influencia na
prevenção da exacerbação de processos crônicos periapicais de dentes com polpa
necrosada.
(V ) A neutralização do conteúdo séptico no tratamento de
dentes com polpa necrosada auxilia na prevenção de alterações sistêmicas de
pacientes com problemas cárdio-vasculares.
a) V – V
– F – V
b) V – F – V – V
c) V – V – V – F
d) F – V – V – V
31) As etapas operatórias de uma
biopulpectomia são, após a abertura coronária: realização do desgaste
compensatório, forma de conveniência, cateterismo dos canais, odontometria e
a) remoção da polpa.
b) instrumentação dos canais
radiculares.
c) penetração desinfectante nos
canais radiculares.
d) neutralização do conteúdo
tóxico dos canais radiculares.
32) As alterações pulpares e
periapicais são normalmente induzidas como um resultado do envolvimento direto
ou indireto das bactérias da microbiota bucal. A via de acesso microbiano à
cavidade pulpar mais frequente é
a) hematogênica.
b) periodontal por forames
laterais.
c) exposição direta da polpa por
traumatismos.
d) exposição dos túbulos dentinários por lesões cariosas.
33) Estudos demonstram alta
incidência de quatro canais no primeiro molar superior. Nestes casos, em que
raiz do primeiro molar superior há maior probabilidade de serem detectados dois
canais?
a) Palatina.
b) Mesiolingual.
c) Distovestibular.
d) Mesiovestibular.
34) Paciente ABC, feminino, 38
anos, melanodérmica, evidenciou, após exame radiográfico, áreas radiolúcidas
delimitadas no periápice dos incisivos inferiores sem alteração da lâmina dura.
O exame clínico demonstrou que os dentes estavam íntegros, sem nenhuma
alteração de cor ou de estrutura do esmalte. Os testes térmicos quente-frio e
de percussão indicaram vitalidade pulpar. Com base nestes dados semiológicos, o
diagnóstico provável é
a) cisto periodontal apical.
b) displasia cementária periapical.
c) necrose pulpar com lesão
periapical.
d) abscesso dentoalveolar agudo
na fase inicial.
35) O canal radicular principal
pode também apresentar múltiplas ramificações, recebendo denominações diversas
de acordo com suas disposições. O canal que corre mais ou menos paralelo ao
principal, podendo alcançar a região periapical de maneira independente,
denomina-se
a) lateral.
b) colateral.
c) acessório.
d) secundário.
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