Método de Estudo |
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Muitos dos problemas de aprendizagem existentes entre os estudantes
são hoje explicados pela ausência ou uso inadequado de métodos de estudo e pela
inexistência de hábitos de trabalho que favoreçam a aprendizagem. Além disso,
muitos jovens manifestam atitudes negativas face ao estudo, uma enorme
desmotivação para as actividades escolares, dedicando-lhes muito pouco tempo.
Por isso pensámos desenvolver, na
nossa escola, um conjunto de iniciativas, dirigidas a alunos, professores e
encarregados de educação, no sentido de ajudar os jovens a desenvolver um
conjunto de competências fundamentais para uma melhor aprendizagem.
Uma dessas iniciativas foi a criação,
no ano lectivo de 2001/2002, da Sala de
Estudo "Aprendizagem com Autonomia", que tem como objectivo principal ajudar
os alunos que a frequentam a adquirir hábitos e métodos de estudo
adequados.
O texto seguinte pretende, de uma
forma simples, dar aos alunos e encarregados de educação algumas pistas que os
possam ajudar a organizar as actividades escolares.
Motivação
O segredo do sucesso está na
motivação. Esta deverá ser forte, mas não excessiva (o que pode conduzir à
ansiedade e ao medo do fracasso, que prejudicam o rendimento).
Sem motivação aprende-se pouco e
esquece-se depressa. Um estudante motivado concentra-se no trabalho, não se
dispersa nem interrompe o estudo. Além disso, tudo o que é significativo e
interessante para o sujeito permanece mais tempo na memória e pode ser recordado
com facilidade.
Os reforços do interesse
Se a motivação é fraca os jovens
precisam de reforços, que podem surgir da iniciativa de pais e professores, ou
do próprio estudante.
Castigos e prémios dos educadores
É mais importante estar atento aos
esforços do aluno do que às suas classificações. Alguns pais dão aos filhos um
prémio em dinheiro, proporcional às classificações alcançadas. Mas este processo
pode transformar o estudo num negócio.
Por outro lado, é por vezes necessário
aplicar castigos, mas é preferível sublinhar o encorajamento sempre que o aluno
obtém um resultado positivo, já que são os prémios, e não os castigos, que podem
criar o gosto pela aprendizagem.
Estímulos criados pelo estudante
O ideal é que o estudante seja capaz
de oferecer a si mesmo reforços positivos. Quando obtém uma boa classificação ou
termina uma tarefa difícil, pode oferecer a si mesmo algo que lhe agrade (e seja
proporcional ao esforço realizado), como uma ida ao cinema ou saída com os
amigos.
Mas os prémios não precisam de ser
materiais. O aluno pode considerar estímulo suficiente a satisfação pessoal por
aprender coisas novas, ou agradar aos pais, por exemplo.
Pensar no futuro
É bom que os jovens adquiram o hábito
de pensar no futuro, encarando assim o estudo como forma de realização pessoal e
profissional. Assim, o jovem não estudará apenas em função dos prémios ou
castigos imediatos, mas terá consciência de estar a construir o seu próprio
futuro.
Autoconfiança
A autoconfiança é uma atitude
psicológica saudável (não deve confundir-se com arrogância ou excesso de
confiança) que aumenta o interesse pelo estudo e diminui as angústias próprias
dos momentos difíceis. A autoconfiança permite ao jovem uma reacção positiva
perante uma dificuldade ou pequeno fracasso.
Os estudantes sem autoconfiança
valorizam excessivamente as suas limitações e duvidam de si mesmos; por isso
desistem ou deixam correr as coisas, à espera que outros lhes resolvam os
problemas.
O medo do fracasso tem origem, muitas
vezes, na falta de estímulos positivos e no abuso de castigos por parte dos
educadores. Repreensões permanentes criam ansiedade e matam a
autoconfiança.
A construção da confiança
A autoconfiança pode construir-se,
passo a passo, com pequenos êxitos, baseados no esforço diário. Para esta
construção são essenciais o saber e a consciência do dever cumprido. Dois
exercícios mentais são importantes para a construção da autoconfiança: lembrar
resultados positivos e acreditar no sucesso (quem já venceu, pode voltar a
vencer).
Seguir o curso adequado
É muito importante que o jovem escolha
o curso certo, de acordo com as suas aptidões, capacidades e interesses. Para
uma escolha adequada é importante o conselho de um técnico (orientador
vocacional ou psicólogo).
Acrescente-se que nem todos podem
alcançar licenciaturas. Por vezes, existem alternativas, aparentemente menos
atractivas, que podem permitir a plena realização pessoal e
profissional.
Persistência
O essencial para alcançar o sucesso é
o empenho do jovem, e não apenas a ajuda dos pais ou professores.
Se o curso foi bem escolhido e os
métodos de trabalho são correctos, é necessário persistir, não cedendo às
primeiras dificuldades.
A Gestão do tempo de estudo
O estudante deve conciliar as suas
actividades desportivas, de convívio, etc, com o tempo dedicado aos estudos. É
necessário que estabeleça uma escala de prioridades, fazendo uma gestão racional
do tempo, dedicando a cada tarefa o tempo necessário.
No entanto, um jovem com metas
ambiciosas terá sempre que dedicar mais tempo ao estudo do que a outras
ocupações.
É desejável que se dedique ao estudo
individual, em média, um mínimo de 10 horas semanais.
Horas mais rentáveis
Para a maior parte das pessoas, o
rendimento intelectual da manhã é superior ao da tarde e noite. Ao princípio da
tarde há sempre uma quebra de vivacidade mental, mas o fim da tarde parece
igualmente eficaz.
As horas mais rentáveis deverão ser
dedicadas ao trabalho mais difícil. Antes de dormir deverão realizar-se apenas
trabalhos de casa e revisões ligeiras.
Pausas no trabalho
Quando o estudante começa a sentir
cansaço, é conveniente fazer uma pausa ou mudar de assunto.
Quanto à duração do trabalho, o ideal
poderá ser realizar “pequenas etapas” pequenos períodos de esforço intenso e
concentrado. Por exemplo, 3 horas com 2 intervalos renderão mais do que 3 horas
seguidas. A regra poderá ser: 10 minutos de intervalo por cada hora de estudo.
Nos intervalos, deverão ser evitadas actividades que distraiam excessivamente
(ver televisão, por exemplo).
Para evitar a saturação, o estudante
poderá também mudar de assunto, mas não é conveniente mudar para uma disciplina
semelhante (Inglês e Francês, por exemplo), já que isto poderá provocar
confusões.
A eficácia de um horário
É importante elaborar um horário
semanal para o estudo. Este deverá ser realista e ajustar-se às necessidades
individuais. Deverá também ser flexível e ter em conta os compromissos relativos
às várias disciplinas (testes e trabalhos, por exemplo, que poderão ser
registados numa agenda).
O horário deverá funcionar como um
guia que poderá levar o aluno a trabalhar com regularidade.
Exercício de autodisciplina
O cumprimento de um horário favorece a
aquisição de autodisciplina, sendo que esta é um trunfo fundamental para o
sucesso nos estudos e na vida.
O trabalho regular e planificado
implica alguma dose de sacrifício, mas traz enormes recompensas: previne a
fadiga, as confusões e a ansiedade de quem guarda o estudo para a última
hora.
Ocupações extra-escolares
Um bom estudante deve dar prioridade
ao trabalho escolar. Mas isso não significa que se torne um “escravo do
dever”.
Na escolha das suas actividades
extra-escolares, deverá ter em conta os seguintes critérios:
O local de estudo
Um dos factores que afectam a falta de
atenção e concentração no estudo é o ambiente de trabalho.
O ideal é que exista um local
destinado apenas ao estudo. Mas em muitos casos, isso não é possível. Deve então
partir-se das condições existentes, identificando, em conjunto com o jovem
quais os estímulos do meio ambiente que podem contribuir para perturbar a sua
atenção e, em seguida, a imaginar estratégias para os eliminar ou
evitar.
O jovem deverá ser incentivado a
organizar o seu local de estudo tendo em conta os seguintes aspectos:
A Leitura Activa
Apesar de vivermos na época do
audiovisual e dos computadores, o livro continua a ser o principal instrumento
de estudo.
No entanto, muitos alunos confundem o
saber estudar com um tipo de leitura superficial que não conduz à compreensão
das ideias principais e à respectiva assimilação.
Uma leitura orientada para o estudo
deverá fazer-se de acordo com as regras seguintes.
Etapas da leitura activa
As duas etapas da leitura
são:
Ler “por alto”:
Nesta fase, é aconselhável dar uma
rápida vista de olhos pelo conteúdo, para obter uma “visão panorâmica” do
assunto a explorar. Poderá passar pela leitura de um ou outro parágrafo do
início, do meio ou do fim; pelo exame de títulos e subtítulos, esquemas,
ilustrações e frases destacadas.
O que importa é que, nesta fase, o
estudante descubra a ideia principal do capítulo ou texto, orientando o trabalho
para os aspectos mais importantes.
Ler “em profundidade”:
Nesta fase, o estudante deverá
explorar e captar o essencial. Deverá passar pela leitura integral do texto, de
forma aprofundada, tantas vezes quantas forem necessárias, até conseguir
respostas para questões como estas:
O bom leitor manifesta espírito
crítico perante aquilo que lê. A leitura “em profundidade” é feita com a
inteligência e não só com os olhos.
Processos de Leitura ActivaConsultar o Dicionário
Só podemos captar as ideias de um
texto se compreendermos as palavras usadas pelo autor. Por isso é muito
importante a utilização de um dicionário sempre que encontramos palavras ou
expressões desconhecidas ou de sentido duvidoso. O dicionário é uma fonte rápida
e segura para tirar dúvidas e devemos tê-lo sempre à mão (um dicionário geral e,
se necessário um dicionário especializado). Se não tivermos um dicionário,
deveremos anotar as palavras cujo significado desconhecemos, para esclarecimento
posterior. Através da consulta do dicionário, adquire-se também maior
competência na comunicação oral e escrita.
Sublinhar
É uma forma de prestar mais atenção e
captar melhor o que se lê. Quem sublinha lê duas vezes. Um bom sublinhado
permite também tirar bons apontamentos e fazer revisões rápidas.
Para sublinhar bem é preciso saber
descobrir o essencial que, normalmente, é assinalado nos títulos e subtítulos ou
através da insistência em determinadas ideias.
As 3 regras fundamentais para
sublinhar bem são:
Fazer anotações
As anotações à margem provam o
espírito crítico do leitor. São reacções ou comentários pessoais ao que se lê e
podem expressar-se de várias formas: Pontos de exclamação (surpresa ou
entusiasmo), pontos de interrogação (dúvida ou discordância), palavras que
resumam o essencial de um parágrafo, referências a outras ideias sobre o
assunto, do mesmo autor ou de autores diferentes.
Tirar apontamentos
Os apontamentos facilitam a captação e
retenção da matéria, a elaboração de trabalhos de casa e a revisão anterior às
provas de avaliação. Escrevendo, aprende-se melhor e guarda-se a informação por
mais tempo. Os apontamentos podem ser de 3 tipos:
Transcrições
Transcrever é copiar por extenso um
texto ou parte dele. Não é o melhor processo para estudar um assunto. Mais
eficaz é elaborar esquemas ou resumos. Mas são indispensáveis quando recolhemos
informação para um trabalho escrito e queremos recorrer a citações. As regras a
respeitar nas transcrições são:
Esquemas
Os esquemas são enunciados de
palavras-chave, em torno das quais é possível arrumar grandes quantidades de
conhecimentos. Permitem destacar e visualizar o essencial e a sua elaboração
desenvolve a criatividade e o espírito crítico. Podem assumir a forma de
índices, quadros, gráficos, desenhos ou mapas. Os esquemas podem perder o
sentido com o tempo. Por isso, o mais aconselhável, é fazer resumos.
Resumos
Resumir exige a capacidade de
seleccionar e reformular as ideias principais, usando frases bem
articuladas.
A metodologia aconselhável para
resumir (sobretudo para estudantes pouco experientes nesta matéria)
é:
Um bom resumo (tal como um bom
esquema) deve ter as seguintes características:
Aprender a resumir é fundamental para
comunicar o que sabemos, com rapidez e eficiência (nomeadamente em provas de
avaliação).
A Elaboração de um Trabalho
Fazer trabalhos escritos é um bom
método para treinar as capacidades de compreensão e expressão. Há 3 fases na
elaboração de um trabalho escrito:
Escolha do tema
A escolha do tema do trabalho deverá
ser feita com cuidado. Se o tema for proposto pelo professor, o aluno deverá
esclarecer bem junto daquele os objectivos pretendidos. Se a escolha for livre,
o aluno deverá ter em conta:
Recolha de informações
As fontes de informação são diversas e
poderão ser encontradas na biblioteca da escola ou em bibliotecas públicas. Os
tipos essenciais de fontes são:
Para encontrar livros numa biblioteca
o estudante deverá consultar, se necessário com ajuda do responsável, os
respectivos ficheiros, que estão organizados por assuntos, por títulos ou por
autores.
Não convém que o estudante se baseie
numa única fonte: as fontes deverão ser variadas e merecedoras de
crédito.
É aconselhável começar o trabalho pela
consulta de uma obra de informação geral sobre o tema (manual,
enciclopédia).
Para registar as informações
recolhidas recomenda-se a utilização de fichas ou folhas soltas, de tamanho
uniformizado. Não devem misturar-se ideias ou factos diversos numa mesma folha,
para que o material seja depois mais fácil de consultar e manusear.
As informações podem ser registadas
como transcrições literais (neste caso, entre aspas e com indicação do autor,
título da obra e página) ou como resumo pessoal.
O Plano
Depois da recolha das informações, o
aluno deve elaborar um plano ou esquema orientador, que deverá ser mostrado ao
professor.
O plano oferece uma ajuda preciosa
para a fase da escrita e, eventualmente, para uma intervenção oral a realizar
sobre o tema.
Para elaborar um plano há duas
operações necessárias:
A filtragem
É a selecção do material recolhido, em
função dos objectivos que se pretende atingir. O estudante deve eliminar as
informações supérfluas, duvidosas ou confusas, sem cair no erro de querer “dizer
tudo”.
A ordenação
É a arrumação das informações segundo
uma ordem lógica. As informações devem ser organizadas numa sequência lógica e
bem articulada. Para realizar este trabalho, o estudante pode começar por
escrever, numa folha, um índice esquemático, uma lista de ideias-chave,
precedidas de números ou letras. Com base nesta lista, é mais fácil redigir de
forma clara, sem perder o “fio condutor” das ideias.
A redacção
Um bom plano facilita a redacção mas
esta é sempre um processo que passa por várias tentativas e exige esforço e
persistência. As questões a ter em conta são:
As partes do texto
O trabalho deve ser dividido em 3
partes:
A introdução – serve para
mostrar, brevemente, o interesse do tema e a forma como vai ser desenvolvido.
Apresenta o problema e marca os limites do trabalho.
O desenvolvimento – “corpo do
trabalho”, onde o tema é explicado, desenvolvido, ponto por ponto, ao longo de
diversos capítulos, com títulos e subtítulos. Cada capítulo deve ter uma
extensão adequada à importância do assunto abordado.
A conclusão – Resume o
essencial do que se disse ao longo do trabalho, podendo também servir para tomar
posição e indicar pistas de investigação futuras.
Bibliografia
No final do trabalho, deve-se
apresentar sempre uma lista bibliográfica. Ela deve ser organizada por ordem
alfabética e deve integrar as obras consultadas. Pode ainda recomendar outras
obras com interesse para o tema estudado.
Na bibliografia devem mencionar-se os
seguintes elementos, separados por vírgulas:
Apresentação do Trabalho
É muito importante cuidar da
apresentação exterior do trabalho, que deve ser agradável e limpa, manifestando
o respeito do estudante por si próprio e pelo destinatário do
trabalho.
Para uma apresentação cuidada, o
estudante deve:
Atitude na sala de aulaO material de trabalho
É
muito importante levar sempre para as aulas o material necessário. Se o não
fizer, mostra pouco brio e, certamente, não consegue trabalhar bem, nem deixa
trabalhar os colegas. Se tiver o material necessário, pelo contrário, poderá
seguir as explicações do professor tirando apontamentos, ou sublinhando o
manual.
Os assuntos da lição
Se
tiver conhecimento do assunto que irá ser tratado na próxima lição, o aluno terá
toda a vantagem em preparar-se com antecedência.
Com este tipo de preparação prévia da aula, o aluno
consegue:
O
tempo gasto neste tipo de actividade (cerca de 15 minutos serão suficientes), é
bem compensado pelas vantagens conseguidas.
Saber escutar
A atenção
A
atenção é um factor essencial. Prestar atenção implica evitar brincadeiras,
conversas ou ocupações despropositadas (realizar trabalhos de outra disciplina,
por exemplo).
Os
alunos atentos concentram-se nas aulas, contribuindo para a motivação dos
professores, captando o essencial das matérias, tirando bons apontamentos e
poupando horas de trabalho posterior.
Para melhorar a atenção é importante escolher, sempre que possível,
um lugar à frente e próximo do professor.
A descoberta do essencial
Quando existe um manual adoptado, é mais fácil descobrir o
essencial das matérias, que aparecem organizadas no manual. Mas quando não
existe manual, é muito mais importante tirar bons apontamentos, conhecer o
método do professor, interpretar bem as palavras e ouvir até ao fim o que é dito
na aula.
É
muito importante a interpretação das palavras usadas pelo professor. Quando
alguma palavra ou expressão suscitar dúvidas, o aluno deverá solicitar o
esclarecimento do seu exacto sentido.
O
aluno deve também escutar até ao fim as explicações do professor, mesmo que a
matéria não lhe agrade ou não concorde com o que está a ser dito.
O espírito crítico
O
aluno deve reflectir e avaliar aquilo que escuta. Isto significa que as coisas
não devem ser aceites nem rejeitadas sem reflexão.
A
reflexão crítica é um processo activo de aprendizagem e uma condição
indispensável para uma boa participação nas aulas.
O
que é desejável é que os alunos não se limitem a assistir e a escutar, mas
participem activamente nas aulas. Os alunos participativos aprendem mais e
estimulam os professores. O alunos podem participar fazendo perguntas e
intervindo nos debates.
ParticipaçãoFazer perguntas
Fazer perguntas é um bom processo de participação nas aulas. Mas
elas devem ser interessadas, concretas e oportunas.
Intervir nos debates
Intervir nos debates facilita a assimilação da matéria, já que a
memória guarda melhor aquilo de que se fala do que aquilo que apenas se escuta
ou lê. Serve também de treino para a comunicação com os outros e dá
autoconfiança.
Tirar apontamentos
O
normal é fixarmos cerca de 20% do que apenas ouvimos. A única técnica que
permite não perder o que se escuta é escrever apontamentos. É muito importante
possuir nas aulas um caderno onde estes apontamentos possam ser registados. O
bom aluno tem orgulho nos seus apontamentos e conhece as vantagens dos
apontamentos bem organizados, sobretudo na altura das avaliações.
Seleccionar
É
fundamental saber seleccionar o que é mais importante. Tirar mais ou menos notas
depende da matéria, do método do professor e da existência ou não de um
manual.
Se
existe um manual que contém o essencial da matéria, bastará anotar aquilo que
completa ou clarifica o que está escrito. Para tal podem fazer-se anotações no
próprio manual (isto implica, evidentemente, saber antecipadamente o que lá está
escrito). Se não existir um manual, torna-se importante escrever o mais
possível, centrando a atenção nas ideias, e não nas palavras do
professor.
Existindo ou não um manual, o aluno não deve deixar nunca de
anotar:
Trabalho em GrupoEscolha dos colegas
Um
grupo equilibrado não deverá ultrapassar os cinco elementos, de forma que todos
possam participar activamente nas discussões e decisões. Há quem sugira os três
elementos como número ideal para a composição de um grupo de
trabalho.
A realização do trabalho
Definir objectivos
Para que o trabalho possa ser realizado com êxito é necessário que
o grupo estabeleça objectivos claros, que sejam compreendidos e aceites por
todos os elementos. Se necessário, esta clarificação de objectivos deverá ser
feita com o auxílio do professor.
Distribuir tarefas
As
tarefas podem ser distribuídas de diversas formas:
Estabelecer regras
O
equilíbrio do grupo exige regras. Estas deverão constar sobretudo do modo de
funcionamento e dos prazos a cumprir, não devendo tolerar-se a fuga às regras
estabelecidas por consenso.
Relações Humanas
É
muito importante cuidar das relações humanas, na aula ou fora dela, já que as
boas relações interpessoais favorecem a confiança mútua, a cooperação e a
produtividade do trabalho.
No
grupo, o diálogo é a única forma correcta de ultrapassar conflitos. As
principais regras para a convivência são:
O êxito dos grupos
Os
grupos bem sucedidos favorecem o rendimento intelectual, já que este é
favorecido pelos acordos de cooperação entre pessoas, que se estimulam
mutuamente. O simples debate de ideias e a reflexão em grupo fazem progredir
melhor a aprendizagem.
O
trabalho em grupo favorece também a formação da personalidade, já que a
colaboração solidária previne o individualismo e o excesso de competitividade.
Além disso, o trabalho em grupo é cada vez mais importante para a vida
profissional, já que os grandes projectos e realizações (mesmo no domínio da
investigação) são levados a cabo por equipas multidisciplinares.
A preparação para as provas de avaliação
Habitualmente podemos distinguir dois tipos principais de atitude
no que respeita à preparação para os testes e outras formas de avaliação: o
aluno que planeia e o aluno que não organiza o estudo ao longo do
tempo.
O
aluno que não faz uma adequada planificação do seu estudo é habitualmente aquele
se prepara apenas na véspera das provas. O estudo “à última hora” apesar de
resultar em algumas situações, não é de todo aconselhável uma vez que a
informação apenas fica registada na memória a curto prazo, e por pouco tempo.
Impede o seu utilizador de desenvolver as suas capacidades de relacionar,
compreender e aplicar conceitos e conhecimentos de forma inteligente. Diversas
disciplinas, entre as quais Matemática, Português, Ciências da Terra e da Vida,
Ciências Físico-Químicas, Inglês, Francês, não se compadecem com uma atitude
deste tipo.
Nesta situação, além do mais, a ansiedade e a fadiga aumentam
impedindo o aluno de estar tão predisposto para aprender quanto
deveria.
Outra tendência habitual de quem concentra o estudo na véspera dos
testes ou provas de avaliação é a de fazer um esforço intenso sem cumprir pausas
de descanso - estudar até tarde ou no próprio dia, levantar-se de madrugada.
Na
verdade, no dia anterior à prova, deve descansar-se mais, pois o sono regular é
indispensável à concentração e à capacidade de raciocinar com clareza. Um aluno
cansado, tem tendência a precipitar-se, a dar respostas imediatas sem uma
leitura adequada das questões, encontra-se mais irritável e menos
lúcido.
A preparação para os testes
É
do senso comum, que a melhor forma de o aluno se preparar, é estudar de forma
organizada e programada ao longo do tempo, esclarecendo as dúvidas, recorrendo a
fontes de ajuda e de informação variadas, realizando esquemas, fazendo revisões
periódicas. Para a véspera da prova deve ser deixada apenas uma revisão final.
Até porque é frequente a concentração de avaliações na mesma semana.
Quem estudou ao longo do tempo, pode agora permitir-se fazer uma
leitura cuidadosa dos sublinhados dos livros, das notas pessoais e dos
apontamentos, esquemas e resumos que anteriormente realizou. Essa leitura será
suficiente para reavivar os elementos principais.
O
intervalo que decorre entre a revisão final e a prova deve ser o menor possível,
de modo a minimizar as interferências, evitando o esquecimento.
Outro conselho útil pode ser rever a matéria antes de dormir, uma
vez que durante o sono as interferências na memória serão menores. Isto, caso a
prova ocorra de manhã; caso ocorra durante a tarde ou à noite, é aconselhável
rever novamente a matéria no dia seguinte.
Factores essenciais a ter em conta na preparação para os
testes:
Realizar provas de avaliação
A
leitura do enunciado é extremamente importante. Primeiro o estudante deve ler
todo o enunciado e respectivas instruções, assumindo uma atitude atenta e
confiante. Ao obter uma visão global da prova, ser-lhe-á mais fácil distribuir o
tempo e organizar as respostas.
As
perguntas devem ser lidas com atenção. Muitas vezes o insucesso num teste
deve-se ao facto de o aluno não responder exactamente àquilo que lhe é pedido.
Assim, é necessário que o aluno saiba exactamente o que significam expressões
como: analisar, averiguar, comparar, avaliar, definir, estabelecer, explicar,
interpretar, justificar, descrever, enumerar, resumir, ilustrar, caracterizar,
entre outras.
Para dar uma boa resposta, o aluno deve identificar com clareza
aquilo que lhe é solicitado e responder sem fugir ao tema. Uma boa prova não é
necessariamente uma prova grande. Na avaliação é geralmente valorizado o
essencial, não o acessório ou os pormenores.
A
distribuição do tempo é também crucial. Cada um deve aprender a gerir o tempo de
acordo com o seu ritmo de trabalho e as dificuldades da prova. Tal só se
consegue treinando e melhorando o auto-conhecimento do ritmo de realização
individual.
Finalmente, o aluno deve reservar algum tempo para reler a prova,
de modo a corrigir eventuais erros, verificar se respondeu a todas as
questões.
Regras mais importantes a ter em conta durante um teste:
Para obter um bom desempenho nas
provas de avaliação além dos aspectos já referidos importa salientar os
seguintes:
BIBLIOGRAFIA
ALAÍZ, Vítor; BARBOSA, João,
Aprender a Ter Sucesso na Escola, Texto Editora, 1ª edição, Lisboa,
1995
BARRETO, Luís de Lima, Aprender a
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MONTEIRO; Ana Filipa, DINIZ, Teresa Paula, Como Ensinar A Estudar,
Editorial Presença, 2ª edição, Lisboa, 2001
DIAS, Maria Margarida; NUNES, Maria
Manuel, Manual de Métodos de Estudo, Ed. Universitárias Lusófonas, 1ª
edição, Lisboa, 1998
DIAS, Maria Margarida; CARRIÇO,
Elizabete L., TERRINCA; Inácio H.; NUNES, Maria Manuel, Manual de Métodos de
Estudo – “2ª fase” – Estudar para Aprender: Orientações Práticas, Ed.
Universitárias Lusófonas, 1ª edição, Lisboa, 1998
ESTANQUEIRO, António, Aprender A
Estudar – Um Guia Para O Sucesso Na Escola, Texto Editora, 8ª edição,
Lisboa, 1999
LIEURY, Alain, A Memória – do
Cérebro à Escola, Instituto Piaget, Lisboa, 1994
LIEURY, Alain, Memória e Sucesso
Escolar, Editorial Presença, 1ª edição, 1997
LIEURY, Alain; FENOUILLET, Fabien,
Motivação e Sucesso Escolar, Editorial Presença, 1ª edição, 1997
MARUJO, Helena Águeda; NETO, Luís
Miguel; PERLOIRO, Maria de Fátima, A Família e o Sucesso Escolar, Ed.
Presença, 1ª edição, 1998
O’MEARA, P., SHIRLEY, D., WALSHE, R.
D., Como Estudar Melhor, Editorial Presença, Lisboa, 1988
SILVA, Ana Lopes da, SÁ, Isabel de,
Saber Estudar E Estudar Para Saber, Col. Ciências da Educação, Porto
Editora, 2ª Edição, 1997
TORRES, Adelino, O Método no
Estudo, Ed. Escher, 3ª edição, Lisboa, 1990
|
“É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada”” citação de W. Shakespeare-
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
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