Existem 4 fatores que devem ser analisados para
propiciar retenção adequada ao núcleo intra-radicular:
comprimento, inclinação das paredes, diâmetro e características
superficial.
Comprimento: A literatura é vasta em relação ao
comprimento do núcleo intrar-radicular: deve ser
igual ou maior que da coroa clínica, dois terços do
comprimento da raiz, 3
/4, etc. Entretanto, como regra
geral, o comprimento do pino intra-radicular deve
atingir 2
/3 do comprimento total do remanescente
dental, embora o meio mais seguro, principalmente
naqueles dentes que tenham sofrido perda óssea, é ter
o pino no comprimento equivalente à metade do suporte
ósseo da raiz envolvida.
O comprimento adequado do pino no interior da raiz proporciona uma distribuição mais uniforme das
forças oclusais ao longo de toda superfície radicular,
diminuindo a possibilidade de ocorrer concentração
de estresse em determinadas áreas e, consequentemente,
fratura. Comprimento correto do núcleo no interior
da raiz é sinônimo de longevidade da prótese. O
comprimento do pino deve ser analisado e determinado por uma radiografia periapical após o
preparo da porção coronária e levando-se em consideração
a quantidade mínima de 4 mm de material obturador
que deve ser deixado na região apical do conduto
radicular para garantir um vedamento efetivo
nessa região.
Nos casos de tratamento endodôntico parcial, nos quais o material obturador não atingiu o nível desejado,
deve-se considerar dois aspectos o tempo de tratamento e
a presença de lesão periapical. Na presença desta, indica se
sempre o retratamento do conduto, dada a sua deficiência
que pode estar contribuindo para a evolução da
lesão; na sua ausência, deve-se considerar o tempo de
tratamento. Se realizado há pelo menos 5 anos procede-se
à execução do núcleo, mantendo-se o remanescente
do material obturador como comentado anteriormente.
Se a porção preparada do conduto não for considerada
adequada para estabelecer o comprimento do núcleo,
indica-se o retratamento do canal, independente do tempo
e da ausência de lesão. Em dentes cujos canais foram
obturados com cone de prata, recomenda-se o retratamento
para que possam receber núcleos fundidos, mantendo
com segurança o selamento apical.
Inclinação das paredes do conduto: Os núcleos
intra-radiculares com paredes inclinadas, além de
apresentarem menor retenção que os de paredes paralelas
também desenvolvem grande concentração de
esforços em suas paredes circundantes, podendo gerar
um efeito de cunha e, consequentemente, desenvolver
fraturas em sua volta.
Em vista disso, quando do preparo do conduto,
especial atenção deve ser tomada com a inclinação das
paredes. Busca-se seguir a própria inclinação do conduto,
que foi alargada pelo tratamento endodôntico, e
que terá seu desgaste aumentado principalmente na
porção apical para a colocação do núcleo intraradicular,
até que se tenha comprimento e diâmetro adequados.
Em algumas situações, devido ao tipo de abertura realizada
durante o tratamento endodôntico, presença de
cáries ou remoção de pinos anteriormente colocados, o
contudo pode ter suas paredes muito inclinadas e para
compensar esta deficiência, o profissional deve lançar
mão de meios alternativos, como aumentar o comprimento do pino intra-radicular para se conseguir alguma
forma de paralelismo nas paredes próximas à região
apical, e/ou aproveitar ao máximo a porção coronal
remanescente, que irá auxiliar na retenção e minimizar
a distribuição de esforços na raiz do dente.
Em casos extremos de destruição, quando o conduto
está muito alargado e, consequentente as paredes da
raiz estão muito finas e o dente é estrategicamente importante
no planejamento da prótese, pode-se utilizar
os núcleos estojados para proteger a raiz. Este tipo de
núcleo busca retenção intra-radicular e, ao mesmo tempo,
protege as paredes delgadas do remanescente radicular,
através do biselamento das paredes da raiz. Assim,
essas paredes serão protegidas com o metal com o
qual é confeccionado o núcleo. A porção coronária
deve prover espaço adequado para o tipo de coroa indicado,
sendo que a adaptação desta ocorrerá na região
cervical do núcleo metálico.
Diâmetro do pino: O diâmetro da porção intraradicular
do núcleo metálico é importante na retenção
da restauração e na sua habilidade para resistir aos esforços transmitidos durante a função mastigatória. E claro
que, quanto maior o diâmetro do pino, maior será a sua
retenção e resistência porém, deve ser considerado também
o possível enfraquecimento da raiz remanescente.
Em vista disto, tem sido sugerido que o diâmetro do
pino deve apresentar até 7 do diâmetro total da raiz e
que a espessura de dentina deve ser maior na face vestibular
dos dentes anteriores superiores devido a incidência
de força ser maior neste sentido.
Clinicamente, o diâmetro do pino deve ser determinado
comparando-se através de um radiografia, o
diâmetro da broca com o do conduto. Cuidado especial
deve ser tomado na região do terço apical onde a
largura mésio-distal é a porção mais estreita da raiz.
Para que o metal utilizado apresente resistência satisfatória, é indispensável que tenha pelo menos lmm
de diâmetro na sua extremidade apical.
Característica superficial do pino intra-radicular:
Para aumentar a retenção de núcleos fundidos
que apresentam superfícies lisas, estas podem ser tornadas
irregulares ou rugosas antes da cimentação
usando-se brocas ou, jateadas com óxido de alumínio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário